Mantega considera ‘equivocada’ avaliação do Fed sobre o Brasil
Ministro da Fazenda, contudo, não fornece argumentos que sustentem tal afirmação
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta terça-feira que o Brasil não pode ser avaliado como uma economia frágil, classificando como um erro considerar o país como uma das principais economias emergentes vulneráveis à crise externa. “É equívoco colocar Brasil no grupo de emergentes vulneráveis”, disse Mantega. Na última semana, um relatório divulgado pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano), listava fatores que tornaram alguns países mais frágeis à redução dos estímulos do que outros. O Brasil entrou na lista, em suma, pelo fracasso do governo em controlar a inflação e pelo estrondoso déficit em transações correntes, que atingiu recorde de 81 bilhões de dólares em 2013.
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Durante o anúncio dos resultados do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC), o ministro disse que o déficit em transações correntes do país não se apresenta como um problema. “Não estamos entre os mais vulneráveis entre os países com déficit em transações correntes”, comentou. Atualmente, o déficit nas contas externas representa 3,66% e o principal agravante é que o Investimento Estrangeiro Direto (IED) não cresceu em 2013 para conseguir financiar tal rombo. Sendo assim, o país tem de se endividar para cobrir a conta. Mantega, contudo, não soube apresentar dados que mostrem que o aumento do déficit externo do Brasil não é relevante para a percepção de vulnerabilidade.
O ministro disse ainda que a inflação está sob controle (ainda que próxima do teto da meta de 6,5%) e que a menor variação nos preços observada em janeiro indica “um ano mais tranquilo em termos de inflação”.
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial de inflação no país, encerrou janeiro em alta 0,55% e, em 12 meses, a 5,59%, abaixo do previsto pelo mercado, mas ainda em meio a um cenário de resistência dos preços ao atual ciclo de aumento dos juros.
(Com Reuters)