Juro do cheque especial sobe para 226% ao ano, maior taxa em quase 20 anos
Segundo Banco Central, o juro foi o mais alto desde dezembro de 1995, quando alcançou o patamar de 242,23% ao ano
A taxa de juros cobrada no cheque especial subiu de 220,4% ao ano em março para 226% ao ano em abril. É o maior patamar desde dezembro de 1995, quando chegou a 242,23% ao ano. As informações foram divulgadas nesta quarta-feira pelo Banco Central (BC).
No caso do cartão de crédito, o juro médio total avançou de 79,1% ao ano para 81,4% ao ano na passagem de março para abril. O juro do rotativo, a taxa mais alta do crédito, alcançou a marca de 347,5% ao ano em abril ante 345,8% ao ano em março. No caso do parcelado, o juro passou de 111,5% para 114,6%.
A taxa média de juros no crédito livre para pessoa física subiu para 56,1% em abril, a maior taxa verificada na série histórica iniciada em março de 2011. Em março, o porcentual era de 54,4%
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Estoque – Em meio à franca desaceleração econômica e do mercado de trabalho, o estoque total de crédito no Brasil teve variação positiva de apenas 0,1% em abril sobre março, alcançando 3,061 trilhões de reais, o equivalente a 54,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Em março, o crédito representava 54,8% do PIB.
Segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, o crescimento dos financiamentos arrefeceu, já que no mesmo mês do ano passado o estoque havia tido alta de 0,7%.
“Esse crescimento menor do crédito é comportamento consistente com o ciclo de política monetária, com a alta dos juros”, afirmou ele, acrescentando que o resultado está em linha com pesquisa do BC que apontava um segundo trimestre mais restritivo para novas concessões de crédito tanto do lado da oferta quanto da demanda.
Maciel também chamou a atenção para a influência do câmbio no período: da mesma forma que em março a valorização do dólar inflou o estoque de financiamentos, em especial daqueles ligados às operações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em abril ocorreu o contrário, diante da queda da moeda norte-americana ante o real.
Inadimplência – O BC também informou que a taxa de inadimplência no crédito livre ficou em 4,6% em abril ante 4,4% em março. Para pessoa física, passou de 5,2% para 5,3% na mesma base de comparação. Para as empresas, o porcentual subiu de 3,7% para 3,9% de um mês para o outro.
(Da redação)