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Juro futuro cai e já aponta queda da taxa Selic em 2012

Por Da Redação
4 ago 2011, 17h19

Por Alessandra Taraborelli

São Paulo – O mercado de juros futuros já começa a precificar uma queda da taxa Selic (juro básico da economia brasileira) a partir do segundo semestre de 2012, ao invés de alta da taxa em algum momento. Um sinal de que a maioria do mercado já passou a trabalhar com a possibilidade de afrouxamento monetário a partir de 2012 é o aumento expressivo no volume de contratos negociados de depósito interfinanceiro (DI) de janeiro de 2012 e vencimento de janeiro 2013, que hoje praticamente dobrou em relação à média diária dos últimos pregões na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). Já os vencimentos mais longos (2017 e 2021) apresentaram giro diário hoje bem menor. Essa mudança de perspectiva sobre a condução da política monetária começou a ser delineada pela manhã e se manteve à tarde.

Na BM&F, ao final da sessão regular, a projeção do DI de janeiro de 2012 (584.235 contratos negociados hoje) passou de 12,44% ontem para 12,39% ao ano hoje. A taxa projetada pelo DI de janeiro de 2013 (540.980 contratos) recuou de 12,51% para 12,35% ao ano e a de janeiro de 2014 (226.620 contratos) caiu para 12,42% ao ano, ante 12,54% da véspera. O DI de janeiro 2017 (65.255 contratos negociados) recuou de 12,40% para 12,34% e o DI de janeiro 2021 (2.985 contratos) passou de 12,30% para 12,25% ao ano.

O gerente de renda fixa da Leme Investimentos, Paulo Petrasi observou que o DI de janeiro de 2012 inverteu o movimento e ficou abaixo do CDI pela primeira vez. “Isso indica que a Selic deve cair no curto prazo”, avalia o profissional, ressaltando que mesmo com a inflação forte é difícil o BC pensar em elevar a taxa Selic em 0,25 ponto porcentual, como chegou a ser especulado pelo mercado após a ata da última reunião do Copom, na semana passada. “O melhor é esperar. O mercado já colocou isso no preço e agora está trabalhando com queda e não alta da Selic”, disse.

Para Petrasi, o movimento hoje é exagerado e pode ser uma antecipação da expectativa de um dado de nível de emprego (payroll) fraco nos EUA amanhã. “Está exagerado. Podem estar antecipando um pouco o payroll ruim. Se vier próximo do esperado, a taxa pode até voltar um pouco amanhã”, estimou.

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“O mundo acaba e renasce a toda semana”, desabafou Flavio Serrano, economista-sênior da Besi Brasil, ao avaliar o atual momento de maior aversão ao risco. Serrano também concorda que o BC deve começar a cortar a taxa Selic a partir do segundo semestre de 2012 e ressalta que o seu cenário já contemplava esse movimento há algum tempo.

Hoje cedo, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, no programa Bom Dia Ministro, realizado pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC), afirmou que a inflação em 12 meses vai cair dois pontos porcentuais entre agosto deste ano e abril do ano que vem. Segundo ele, as medidas adotadas pela autoridade monetária para combater a inflação já estão funcionando e seus efeitos serão sentidos com mais força no último trimestre de 2011.

Na cena externa, as ações de bancos centrais (Japão e BCE) elevaram a preocupação que permeava os negócios do mundo financeiro sobre a perda de vitalidade da economia real de países desenvolvidos importantes. Como era esperado, o Banco Central Europeu manteve a sua taxa básica e reintroduziu a linha de financiamento bancário a termo para 6 meses, reativando seu programa de compra de bônus de governos pela primeira vez em cinco meses.

O Banco do Japão fez uma intervenção no câmbio para depreciar o iene, enquanto acionou medidas de expansão de seu fundo especial para compra de ativos e operações de oferta de liquidez em um total de 10 trilhões de ienes (US$ 125,913 bilhões). E a Turquia cortou os juros, enquanto anunciou leilões para sustentar a lira, que entrou em uma espiral de baixa recente e seguiu pressionada hoje.

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