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Jim O’Neill: “Aperto fiscal ainda é a melhor solução para o câmbio”

Economista do Goldman Sachs volta a afirmar que real só irá ceder quando o país fizer as reformas necessárias

Por Ana Clara Costa
13 mar 2012, 09h55

Após a nova medida sobre o IOF anunciada pelo governo na manhã de segunda-feira, o dólar se valorizou 1,12% em relação ao real e fechou a 1,80 – a maior cotação dos últimos dois meses. De acordo com o anúncio, as operações de câmbio no mercado financeiro só terão isenção do Imposto sobre Operações Financeiras se o prazo de vencimento das aplicações ultrapassar seis anos. Após a valorização do dólar ante o real, o governo celebrou o sucesso da medida – deixando claro que a intenção clara do Planalto é continuar usando o IOF para controlar o câmbio. Contudo, a ferramenta que onera o investidor continua sendo ineficaz no longo prazo, de acordo com a avaliação de Jim O’Neill, economista do banco Goldman Sachs que, em 2001, criou o acrônimo Bric para nomear as economias em ascensão (Brasil, Rússia, Índia e China).

Ao site de VEJA, O’Neill afirmou que as medidas aplicadas contra a valorização cambial podem resolver no curto-prazo. Contudo, não são sustentáveis. “O Brasil deveria se concentrar no aperto fiscal e na queda dos juros, que ainda representam a melhor solução. Desta forma, o problema cambial se resolveria de uma vez”, afirma o economista. O’Neill defende que as duas medidas aplicadas em conjunto fariam com que o real automaticamente perdesse força ante o dólar.

Contudo, atualmente, ainda que o país esteja passando por uma trajetória clara de queda de juros, não há o menor sinal de uma reforma fiscal robusta que torne a indústria mais competitiva e reduza o Custo Brasil. O que se vê são medidas protecionistas – como a situação que ocorre entre Brasil e México – aliadas à redução da Selic, em um momento em que a inflação não pode ser considerada sob controle. Em 2011, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou em 6,5%. Para 2012, as perspectivas de mercado apontavam para uma alta de 5,24% – que aumentou para 5,27% após a decisão do Copom de reduzir a Selic em 0,75 ponto porcentual, na última quarta-feira.

O’Neill, que prevê a taxa de câmbio em 1,90 real como sendo a mais adequada para estimular a competitividade da indústria nacional, critica a visão do governo de apelar para a reserva de mercado em detrimento de reformas mais profundas. “Protecionismo nunca é uma boa opção. E as razões sempre são óbvias”, afirma o economista, referindo-se ao fato de que, ao proteger a indústria com restrições aos importados, sem investir na redução do Custo Brasil, o governo acaba gerando mais ineficiências.

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