Madri, 3 jun (EFE).- O governo da Espanha negou neste domingo ter sofrido ‘pressões’ da Alemanha para que peça o resgate do fundo europeu, e o governo alemão reiterou sua confiança nas medidas adotadas por Madri para combater a crise.
Fontes do governo da Espanha disseram à Agência Efe que ‘não existem pressões’ por parte da Alemanha, e que a reunião da última quarta-feira entre o ministro da Economia espanhol, Luis de Guindos, o titular da pasta de Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, teve como foco a união bancária europeia.
Outro ponto discutido nesse encontro, segundo as fontes, foi a proposta do presidente do Governo espanhol, Mariano Rajoy, para a criação de uma autoridade fiscal europeia que harmonize as políticas fiscais.
A revista alemã ‘Der Spiegel’ publicou ontem que Schäuble pressionou De Guindos para que a Espanha pedisse ajuda financeira à UE devido aos problemas dos bancos do país. No entanto, fontes do Ministério das Finanças alemão informaram à Efe que o governo de Angela Merkel sente ‘total confiança’ e ‘alto reconhecimento’ pelas reformas já implementadas ou planejadas por Rajoy, e por isso não tem ‘nada a acrescentar’.
‘O governo espanhol declarou repetidamente sua intenção de cumprir já em 2013 as normas do Tratado de Estabilidade e Crescimento, e de assumir com seus próprios meios a recapitalização dos bancos’, afirmaram estas mesmas fontes.
O último número da ‘Der Spiegel’ sustenta, sem especificar fontes, que a chanceler alemã, Angela Merkel, e seu ministro das Finanças pressionam a Espanha para que recorra ao Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) devido ao risco cada vez maior de um contágio a outros países do sul da Europa, no caso de uma possível saída da Grécia da zona do euro.
De acordo com essa publicação, o governo alemão estima que os bancos espanhóis precisarão de uma injeção de capital de até 90 bilhões de euros.
A Alemanha rejeita a possibilidade de que os bancos possam receber diretamente ajuda do fundo europeu de resgate sem passar pelos Estados, fórmula também defendida pela Comissão Europeia, o Fundo Monetário Internacional e vários países, entre eles Espanha e Estados Unidos. EFE