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Governo começa 2015 com ‘pedaladas’ fiscais e restos a pagar recorde

Segundo levantamento do Contas Abertas, 2 bilhões de reais em ordens bancárias que deveriam ter sido desembolsadas em 2014, sairão dos cofres apenas em janeiro, ajudando a reduzir a pressão sobre o superávit primário

Por Da Redação
4 jan 2015, 12h04

Apesar do discurso de resgate da credibilidade da equipe econômica, o Ministério da Fazenda terminou o ano de 2014 usando um artifício recorrente de contabilidade criativa para retirar a pressão sobre o superávit primário do ano passado. Segundo levantamento do Contas Abertas, em dezembro, foram emitidas ordens bancárias de investimento que somaram 5 bilhões de reais. Contudo, parte deste montante foi empurrada para 2015 – o que, no jargão dos economistas, ficou conhecido como “pedalada”. Segundo dados do Siafi, 2 bilhões de reais foram empurrados para 2015, já que as ordens bancárias só foram emitidas no dia 31 de dezembro, quando os bancos já haviam fechado. Desta forma, só entrarão no balanço do Tesouro em janeiro.

Ainda segundo o Contas Abertas, outra ‘pedalada’ veio da conta de investimentos em obras e compra de equipamentos. Uma parte da verba investida foi lançada no Siafi em dias desfavoráveis para o saque ainda no mesmo ano. No dia 29 de dezembro, foram emitidos 349,1 milhões de reais em ordens bancárias. No dia 30, mais 692,4 milhões de reais. No cálculo do superávit primário, somente os valores efetivamente sacados são considerados. Contudo, devido aos recessos de fim de ano, os valores acabaram permanecendo nos cofres, o que ajuda a inflar o resultado do primário. “Esse crescimento mostra que o governo está, de fato, postergando despesas”, afirmou o economista e secretário geral do Contas Abertas, Gil Castello Branco.

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Restos a pagar – Houve também as despesas que ficaram “na boca do caixa”. O governo federal inicia ano com recorde de restos a pagar: 243,9 bilhões de reais, segundo estimativas do Contas Abertas. Trata-se de despesas iniciadas em um ano que são efetivamente pagas nos anos seguintes. Foi um crescimento de 25,2 bilhões de reais em relação ao que foi transferido de 2013 para 2014.

De fato, nos bastidores do Planalto circularam informações sobre um jogo de empurra nos gastos – aparentemente, vencido pelo novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Isso porque, nos últimos dias de 2014, o governo trocou a orientação de fechar as contas com um saldo positivo de 10,1 bilhões de reais para, em vez disso, fazer uma “limpa” nas contas e pagar o maior volume possível de gastos. Isso foi feito, mas, mesmo assim, houve despesas que ficaram para 2015.

(Com Estadão Conteúdo)

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