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Governo aceita inflação mais alta; saiba proteger o seu bolso

Mesmo com um possível aumento da taxa de juros pelo BC nessa quarta, inflação não voltará para o centro da meta tão cedo. Economistas dão dicas de como minimizar os efeitos da alta dos preços no orçamento familiar

Por Derick Almeida
20 abr 2011, 16h09

Primeiro foram os serviços. Depois, os alimentos. E agora crescem as chances de um reajuste dos combustíveis. Este aumento dos preços, que vem pressionando a inflação, intensifica o desafio diário de quem precisa cuidar do orçamento doméstico. Isso acontece porque a renda do trabalhador é corroída mensalmente pelo custo maior de produtos e serviços. Os mais prejudicados são as pessoas menos abastadas, pois geralmente não contam com mecanismos eficazes para a proteção do dinheiro – aplicações, como fundos de investimentos e poupança. O cenário inflacionário também dificulta projetos de longo prazo. Isso vale tanto para pessoas quanto para empresas. Já no plano da economia brasileira, há uma significativa redução da competitividade dos produtos brasileiros frente aos estrangeiros, devido ao encarecimento da produção.

Mesmo com um possível aumento da taxa básica de juros, a Selic, pelo Banco Central (BC) nessa quarta-feira, a inflação não voltará para o centro da meta tão cedo. Para mostrar como reduzir os impactos da inflação sobre o seu bolso, o site de VEJA ouviu os especialistas Ruy Quintans, professor de finanças do Ibmec-Rio, e Ulisses Ruiz de Gamboa, professor da Fundação Instituto de Administração (FIA) e da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE). A seguir, eles mostram as melhores estratégias para driblar a alta de preços:

Corrosão da renda dos trabalhadores

A inflação afeta a todos os brasileiros, no entanto, com intensidades diferentes, de acordo com seu nível de renda familiar. As pessoas mais pobres são as mais prejudicadas, pois utilizam quase que a totalidade dos seus rendimentos para comprar produtos e serviços básicos – em constante aumento de preço -, como alimentos, roupa e educação. Nas famílias com maior poder aquisitivo, este fenômeno tende a trazer menores danos, já que os gastos básicos ocupam, proporcionalmente à renda, menos espaço.

Como minimizar – Os especialistas recomendam pesquisa de preços – tanto para produtos quanto para serviços. Os valores chegam a variar mais de 100% e a única maneira de economizar, nesse caso, é cotar os valores e fazer a opção mais vantajosa financeiramente. Dispensar itens supérfluos também é uma boa medida de economia.

Para pessoas com maior poder aquisitivo, a dica se mantém. No entanto, acrescida de um elemento chave: investimento. Os especialistas recomendam às famílias reservar uma parcela de recursos para aplicações financeiras.

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Encarecimento dos produtos nacionais

O fenômeno da inflação torna cada vez mais cara a produção de produtos e a prestação de serviços. Em decorrência disto, os produtos brasileiros ficam mais caros em comparação com os estrangeiros e o Brasil perde competitividade nos mercados interno e externo.

Como minimizar – A compra de produtos importados, em um cenário de aumento constante da inflação, pode ser uma boa alternativa, principalmente no cenário atual de desvalorização do dólar. Vale lembrar que a importação é um mecanismo que, naturalmente, ajuda a combater a inflação e restabelecer o equilíbrio dos preços. Ao comprar uma televisão produzida em outro país, por exemplo, o consumidor estimula os fabricantes de televisores nacionais a reduzirem seus preços, para que voltem a atrair a clientela.

Aumento das incertezas e riscos futuros

O crescimento contínuo da inflação agrega incerteza aos planejamentos de investimentos dos empresários e das famílias a longo prazo. Sem saberem o quanto os preços dos produtos e serviços aumentarão ao longo dos meses, as pessoas deixam de se comprometer com investimentos duradouros.

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Como minimizar – Em momentos de incerteza, o importante, segundo os especialistas, é não se comprometer com dívidas futuras, principalmente, com aquelas em que os valores são reajustados mensalmente por juros pós-fixadas. As pessoas devem manter o orçamento sob controle e não se comprometer com dívidas de longo prazo, até que o cenário futuro esteja mais previsível.

Desestímulo à produção

Em países que convivem com constantes pressões inflacionárias, o retorno dos investimentos em empresas de todos os setores diminui. Isso porque a fabricação de qualquer produto no país se torna mais cara. Como os investidores buscam a melhor remuneração possível, eles muitas vezes optam por colocar dinheiro em títulos da dívida do governo federal, por exemplo, que garantem um rendimento próximo à taxa de básica de juros da economia, a Selic, fixada no Brasil em 11,75% ao ano.

Expectativas ruins apenas alimentam o crescimento da inflação

Ao perceberem que o Banco Central está sendo leniente com o aumento constante da inflação, as empresas se antecipam e reajustam o preço de produtos e serviços. Neste caso, a inflação do passado acaba se somando à do presente

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