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G-20 tem agenda ambiciosa em reunião que começa quarta

Pauta inclui guerra cambial, estímulos nos EUA e controle de saldos comerciais

Por Beatriz Ferrari
7 nov 2010, 08h35

A tensão em torno da “guerra cambial” aumentou nos últimos dias, frente à grande desaprovação mundial às medidas tomadas pelo Federal Reserve

O G20 (grupos das vinte maiores economias do mundo) se reúne em Seul, na Coreia do Sul, nos dias 10, 11 e 12 de novembro, com uma agenda ambiciosa. O principal desafio do grupo é chegar a um consenso sobre como impedir uma nova rodada da chamada “guerra cambial”. Paralelamente, o debate “estímulo versus austeridade” e a proposta dos Estados Unidos de fixar um limite para os saldos comerciais dos países, levantada durante a reunião preparatória para o encontro em outubro, devem fazer parte das discussões periféricas.

Alcunha dada pelo ministro da Fazenda brasileiro Guido Mantega, a “guerra cambial” define as medidas unilaterais dos países para conter a valorização excessiva de suas moedas em relação ao dólar. A moeda forte prejudica as exportações, já que os produtos ficam mais caros no mercado internacional. A tensão em torno do tema aumentou nos últimos dias, frente à grande desaprovação mundial às medidas tomadas pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de despejar nos Estados Unidos 600 bilhões de novos dólares destinados à compra de títulos do governo.

A segunda rodada de afrouxamento monetário nos EUA, chamada de “Quantitative Easing 2”, foi amplamente criticada pelos países emergentes, que devem sofrer uma inundação de dólares em forma de capital especulativo, o que, por sua vez, contribui para a valorização de suas moedas. O real inclusive. A China, que resiste em deixar o yuan se fortalecer, continuará no centro do debate, embora haja ceticismo sobre uma resolução rápida do impasse. O G20 já havia concordado, em sua reunião preparatória, em deter as desvalorizações competitivas de moedas, mas não ditou metas específicas. Se o grupo não atingir um consenso realista de como lidar com o tema daqui em diante, corre o risco de perder relevância como fiador da unidade econômica mundial.

Estímulo versus austeridade – Os EUA, por conta de sua política monetária frouxa, também enfrentarão no encontro a oposição de líderes europeus. A medida do Fed vai contra o acordo definido na última reunião do G20, realizada em junho, no Canadá, de controlar os déficits orçamentários. Os países desenvolvidos haviam determinado cortar seus déficits pela metade até 2013 e reduzir a dívida pública em relação ao produto interno bruto (PIB) – principal indicador de solvência de um país. O estímulo americano mira no sentido contrário aos pacotes rígidos de austeridade a que estão se submetendo os países europeus e deve enfrentar protestos em Seul.

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A proposta americana – No encontro preparatório de outubro em Gyeongju, também na Coreia do Sul, os EUA propuseram uma medida polêmica: fixar limites aos saldos comerciais de todos os países, na tentativa de conter a disputa cambial. O secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner, defendeu um de teto de 4% do PIB para o resultado em transações correntes para corrigir desequilíbrios. A proposta enfrentou a oposição dos exportadores China, Alemanha e Japão. Neste próximo encontro, os EUA devem pressionar para que os ministros das finanças e presidentes de bancos centrais dos países-membro cheguem a um acordo sobre o tema.

Outros temas – Entre outros temas, a agenda do G20 também deve integrar discussões sobre regulação financeira e revisar o acordo de Basileia III, estabelecido em setembro deste ano. Os países emergentes também aproveitarão a reunião para pressionar pelo avanço da reforma do Fundo Monetário Internacional (FMI), estabelecida no encontro preliminar de outubro. Pelo acordo, países europeus devem ceder dois de seus oitos assentos no comitê de 24 membros, dando mais poder aos poderes emergentes, como Brasil, Rússia, Índia e China, os integrantes do Bric.

Imediatamente após o encontro, no dia 13 de novembro, a França deve assumir a presidência do G20, atualmente nas mãos da Coreia do Sul. A Coreia é o primeiro país asiático a sediar a reunião do grupo e o primeiro fora do G8 (grupo das oito maiores economias do mundo).

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Mapa_G20_infograficos (VEJA)
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