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EUA: internet não compensa perda de empregos da mídia impressa

Entre 1991 e 2016, o saldo entre postos de trabalho fechados na mídia impressa e criados na digital ficou negativo em 148 mil nos Estados Unidos, segundo dados oficiais

Por Da Redação
7 jun 2016, 16h03

Em um quarto de século, os jornais e revistas impressos perderam mais de 300.000 postos de trabalho nos Estados Unidos. Nesse período, os meios digitais criaram cerca de metade desse número, segundo dados do governo americano.

“Poucas indústrias foram tão afetadas pela era digital (…) como os jornais e outros setores editoriais”, afirmou o Departamento de Trabalho dos EUA. Ao todo, 317.600 empregos, dos 594.400 com os que a mídia impressa americana contava há 25 anos desapareceram entre 1991 e 2016.

A dimensão desse fenômeno estava camuflada pela manutenção da maioria dos meios de comunicação, já que o número de jornais diminuiu apenas 16% nesses 25 anos. Ao mesmo tempo, os meios digitais criaram 169.300 empregos, o que resulta em uma perda líquida de 148.300 postos de trabalho para toda a imprensa escrita.

Várias profissões do setor sofreram o impacto das mudanças, principalmente as relacionas com a diagramação e a impressão. “Não se precisa mais de tanta gente para escrever, editar, diagramar e publicar uma matéria”, explica Gordon Borrell, diretor da empresa de pesquisa de mercado Borrell Associates.

Além disso, os postos para jornalistas criados pelas páginas de notícias em muitos casos não foram ocupados por aqueles que deixaram a mídia impressa. “A eliminação dos postos de trabalho tinha o objetivo de desvincular os mais velhos e com os salários mais altos”, ressalta Rick Edmonds, especialista em economia de meios de comunicação do instituto Poynter.

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Durante muito tempo, afirma Edmonds, a experiência não foi tomada em conta na internet, onde os valores fundamentais eram a juventude, a sensibilidade tecnológica e o custo. A experiência era menos buscada porque a escrita, a diagramação e a edição de texto não tinham a mesma importância para a web como tinha para o papel, acrescenta.

O especialista afirma, no entanto, que a concepção da informação on-line continua evoluindo. “Desde o ano passado, houve uma guinada em direção à ideia de que é mais importante ter um bom jornalismo do que apenas uma maneira eficaz de atrair as pessoas”, diz.

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Mudança de estratégia – Segundo Gordon Borrell, para os meios que vêm do papel e estão desenvolvendo uma presença na internet, aproxima-se o momento de uma mudança estratégica. A receita publicitária da mídia impressa, que já está no seu nível mais baixo desde 1980, deve continuar diminuindo neste ano. Isso exigirá a busca de mais anunciantes na internet, de acordo com o consultor.

A transição será difícil e provocará o desaparecimento de vários meios impressos nos próximos três anos, estima Borrell. Para o especialista, o desafio vai além das assinaturas pagas pelo serviço on-line, que é e continuará sendo uma parte marginal dos lucros.

Os mais ameaçados, segundo Borrell, são os jornais locais, que representam a maioria da imprensa americana. Os meios nacionais ou internacionais têm perspectivas mais otimistas, afirma.

(Com AFP)

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