Esposa de sócio foragido da TelexFree tem pedido de fiança negado
Katia Wanzeler foi presa na última quarta-feira ao tentar deixar os Estados Unidos. Ela foi detida com US$ 3 mil e uma passagem só de ida para o Rio de Janeiro
A esposa de Carlos Wanzeler, um dos sócios foragidos da TelexFree, teve o pedido de fiança negado pela Justiça dos Estados Unidos, segundo informações da agência Associated Press. Na noite da última quarta-feira, Katia Wanzeler, de 49 anos, foi presa no Aeroporto Internacional John F. Kennedy, em Nova York, ao tentar deixar o país. Ela estava sendo procurada como uma das testemunhas dos crimes financeiros cometidos pela matriz da TelexFree.
De acordo com os promotores, Katia foi apreendida com uma passagem só de ida para o Brasil, 3 mil dólares em dinheiro, além de quatro malas que pesavam cerca de 30 quilos. O advogado de defesa Robert Peabody não conseguiu convencer o juiz Joan Azrack, alegando que sua cliente era apenas uma testemunha do crime e planejava retornar para os Estados Unidos no final do mês. Em relação às pesadas bagagens, ele afirmou que Katia carregava roupas que havia comprado para seus parentes. Ainda de acordo com Peabody, ela não tinha motivos para fugir dos Estados Unidos uma vez que ela deixou um filho adolescente no país e não sabia que havia sido intimada pelo júri da cidade de Worcester, no Estado norte-americano de Massachusetts.
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Cenário – O marido de Katia, um dos sócios foragidos da TelexFree, também teve a prisão decretada na sexta-feira passada, acusado de ajudar a operar um esquema de pirâmide de 1 bilhão de dólares. Autoridades norte-americanas acreditam que Carlos Wanzeler, de 45 anos, tenha fugido para o Brasil em 17 de abril. Naquele dia, durante execução de um mandado de busca e apreensão na casa de Wanzeler, Katia teria dito às autoridades que o marido estava em um hotel, conforme recomendação de advogados.
Em abril, os bens da TelexFree foram bloqueados pela Justiça de Massachusetts. No mesmo mês, o diretor financeiro da TelexFree, Joseph Craft, foi pego ao tentar fugir com inúmeros cheques que totalizavam 38 milhões de dólares e eram destinados aos donos da empresa, Carlos Wanzeler e James Merrill. De acordo com os promotores, um dos cheques, no valor de 2 milhões de dólares, também destinava-se a Katia. Merrill foi detido na última semana e deve ser ouvido pela Justiça nesta sexta-feira. Se considerado culpado, pode pegar vinte anos de prisão.
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Já a filial brasileira está sob investigação desde o ano passado acusada de prática de pirâmide no país. Os bens da companhia estão bloqueados e ela está impedida de funcionar por uma decisão da Justiça do Acre. A TelexFree também foi recentemente condenada pelo Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor, órgão da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon/MJ), a pagar uma multa de 5,590 milhões de reais por operar “esquema financeiro piramidal” e crime contra a economia popular no Brasil.
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