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Alvo da Lava Jato, Engevix vai vender concessões de aeroportos

Com dificuldade de contrair novos empréstimos devido ao envolvimento com o petrolão, empresa tenta escapar de um pedido de recuperação judicial

Por Da Redação
5 Maio 2015, 09h51

Envolvida na operação Lava Jato, a construtora Engevix assinou um acordo com a empresa argentina Corporación América para vender sua participação societária nos aeroportos de Natal e Brasília. O negócio pode dar novo fôlego financeiro à empresa brasileira, que precisa quitar uma dívida de 1,5 bilhão de reais e tenta evitar um pedido de recuperação judicial.

Os argentinos, que já eram sócios dos aeroportos, passarão a deter 100% da concessão de Natal e 51% da de Brasília. Neste último, os outros 49% pertencem à Infraero. A diretora de comunicação da Corporación América, Carolina Barros, não quis confirmar a aquisição, mas disse que foi assinado um “princípio de entendimento e que estão em negociações muito avançadas, esperando aprovação de autoridades como o BNDES, Cade e Anac”.

A estimativa é de que, com o negócio, cheguem ao caixa da Engevix cerca de 400 milhões de reais. Investigada na Lava Jato, a empreiteira, que também é dona de concessões de energia e de um dos maiores estaleiros do País, teve um de seus principais sócios presos no ano passado. Desde então, o mercado de crédito se fechou para a companhia.

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Até agora, a Engevix conseguiu vender sua participação na Desenvix, empresa de energia que detinha participações em eólicas, para seu sócio norueguês. Obteve com a operação cerca de 500 milhões de reais, que só vão entrar no caixa da companhia depois que os órgãos reguladores aprovarem a operação. O mesmo deve acontecer com o negócio que agora está sendo acertado com os argentinos nos aeroportos.

O maior problema financeiro da Engevix está no Estaleiro Rio Grande, onde é sócia de um grupo de japoneses. Parte da operação também tem como acionista o fundo de pensão da Caixa (Funcef). O estaleiro precisa de quase 900 milhões de reais de injeção de recursos para continuar operando.

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Os contratos do estaleiro chegam a cerca de 15 bilhões de reais, em fornecimento de plataformas para a Petrobras e também em acordos com a Sete Brasil, empresa criada para gerenciar a compra de navios-sonda para a exploração do pré-sal e que desde novembro do ano passado está sem pagar pelos contratos. Somente da Sete Brasil, o Estaleiro Rio Grande tem 250 milhões de reais para receber.

Para conseguir o montante de 900 milhões de reais, a empresa está tentando negociar um empréstimo com o banco de desenvolvimento da China. Deve ainda injetar capital de novos sócios e também espera fechar acordo com a Petrobras para ter uma espécie de adiantamento de contratos. Em outra linha de atuação, a Engevix tenta ainda fechar um acordo de leniência com a Controladoria-Geral da União que prevê o reconhecimento de culpa nos casos de corrupção em contratos com a Petrobras e o pagamento de multas. Esse acordo poderia reabrir o mercado de crédito.

Aeroportos – As concessões dos dois aeroportos agora vendidos pela Engevix foram arrematadas nos leilões promovidos pelo governo federal há três anos. O investimento nas duas obras é de cerca de 3 bilhões de reais, e a concessão deve durar mais de 25 anos. Ambos estão em operação sob o controle da Inframérica, que tem como sócios a Infravix, da Engevix, e a Corporación América.

Para os argentinos, segundo alguns analistas, é interessante fechar o negócio neste momento. O grupo administra 53 pelo mundo, sendo 35 só na Argentina.

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(Com Estadão Conteúdo)

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