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Economistas do Nobel não têm soluções prontas para a crise

Embora considerem seu trabalho essencial para encontrar o caminho para sair da crise, Sargent e Sims acreditam que ainda não é possível vislumbrar soluções em seus modelos

Por Da Redação
10 out 2011, 18h15

Os norte-americanos Thomas Sargent e Christopher Sims, de 68 anos, ganharam o Prêmio Nobel de Economia nesta segunda-feira por sua “pesquisa empírica sobre causa e efeito na macroeconomia”, ou seja desenvolvendo técnicas de modelos para prever como a economia responde a determinados estímulos. Apesar disso, eles não têm respostas fáceis para a crise global, que um deles chamou simplesmente de “esta bagunça”.

Sargent disse, em entrevista coletiva transmitida pelo site da organização do Nobel, que, embora seu estudo seja essencial para compreender como sair da confusão, os números ainda não traduzem uma solução para a crise. “Pânicos e crises… o que está acontecendo na Europa agora com o euro tem tudo a ver com as expectativas sobre o que outras pessoas vão fazer. Mas somos apenas tipos formais que olham para os números e tentam entender o que está acontecendo”, afirmou. Na mesma linha, Sims complementou: “Se eu tivesse uma solução simples para isso eu estaria espalhando para todo o mundo. A solução requer muito trabalho demorado observando os dados, infelizmente”.

A pesquisa que os dois conduziram separadamente nos anos 1970 teve como espinha dorsal os esforços para modelar e quantificar causa e efeito na economia, incluindo a complexa interação de política de estado e banco central com pessoas e empresas. Por exemplo, gastos do governo para resgatar uma economia do colapso podem ter seu impacto limitado por pessoas vendo limites às finanças estatais e esperando que o estímulo se esgote. Sargent desenvolveu um modelo matemático em seu trabalho e o descreveu em uma série de artigos nos anos 1970. Sims escreveu um artigo em 1980 que introduziu uma nova maneira de analisar dados usando o modelo chamado de auto-regressão vetorial.

Crise – Embora o estudo dos laureados seja uma importante bússola para os governos no momento atual, acadêmicos ouvidos pelo site de VEJA não acreditam que a escolha do Nobel tenha sido influenciada pela crise. “O trabalho deles é muito relevante e teria ganho o prêmio eventualmente”, avalia Fernando Botelho, pesquisador da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e ex-aluno de Sims.

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O professor Aloísio Araújo, da Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro, afirma que diversos bancos centrais ao redor do mundo utilizam os métodos desenvolvidos pelos economistas americanos, ou pelo menos modelos adaptados. De acordo com o professor, os métodos também são utilizados pelo setor privado, para medir, por exemplo, preço e demanda de commodities no futuro. “O fato de os BCs terem reagido imediatamente, reduzindo as taxas de juros nas economias desenvolvidas durante a crise atual, foi um desdobramento da colaboração deles. A crise poderia ser pior”, pontua Araújo.

A Academia Real Sueca de Ciências disse que concedeu a premiação equivalente a 1,5 milhão de dólares em honra à “pesquisa empírica sobre a causa e o efeito na macroeconomia” e disse que o trabalho realizado pelos dois economistas criava uma base para a análise macroeconômica moderna.

(com Reuters)

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