Dólar sobe mais de 2% e vai a R$ 3,08
Mercado financeiro pressionou moeda após sinalização de que o BC reduzirá rolagem de swaps
O dólar subiu mais de 2% ante o real nesta segunda-feira, após o Banco Central sinalizar que deve rolar apenas parcialmente as swaps cambiais que vencem em junho, mesmo diante da forte alta da moeda norte-americana nas três sessões passadas. Operações de swap equivalem à venda de dólares no mercado futuro e a rolagem significa espécie de renegociação do BC para postergar o pagamento.
A moeda norte-americana fechou com alta de 2,24%, a 3,08 reais na venda, após acumular avanço de 3,13% nos três pregões anteriores. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 730 milhões de dólares.
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Na quinta-feira, o dólar marcou a maior alta diária ante o real em mais de um mês e, após o fechamento dos negócios, o BC anunciou que faria nesta manhã leilão de rolagem de swaps cambiais com oferta de até 8,1 mil contratos. Se mantiver esse ritmo de oferta diária até o penúltimo pregão do mês, como de praxe, rolará cerca de 80% do lote total, equivalente a 9,656 bilhões de dólares. “Se o BC não faz questão de coibir essa alta do dólar, o mercado aproveita e puxa a cotação”, disse o operador de câmbio da corretora Intercam, Glauber Romano. A autoridade monetária vendeu a oferta total de swaps no leilão.
A perspectiva de que a recuperação da economia dos Estados Unidos abra espaço para uma alta de juros em breve também vem pressionando o câmbio globalmente. Na sexta-feira, com o mercado brasileiro fechado devido ao feriado do Dia do Trabalho, uma leva de dados positivos sobre a maior economia do mundo reforçou essas apostas e levou a moeda norte-americana à máxima em duas semanas contra o iene.
O relatório de emprego do governo dos EUA, a ser divulgado na sexta-feira, deve trazer mais pistas sobre esse tema, sustentando a volatilidade nos mercados. De maneira geral, no entanto, analistas não esperam que o dólar volte a ser negociado nas máximas atingidas em março, acima de 3,20 reais, uma vez que a alta taxa de juros brasileira deve manter o fluxo de investimentos para ativos domésticos.
(Com Reuters)