Dólar fecha o ano cotado a R$ 2,044, com alta de 9,43%
Pregão desta sexta-feira foi o último de 2012; no mês, divisa teve queda de 4%
O dólar encerrou nesta sexta-feira a última sessão do ano cotado a 2,0447 reais na venda, praticamente estável em relação à véspera. O valor implicou uma valorização no acumulado do ano de 9,43% sobre o real. Em dezembro, por outro lado, a divisa recuou 4,04%, em meio a seguidas atuações do Banco Central para fornecer liquidez ao mercado de câmbio.
Nesta sexta, ante a vigilância redobrada do governo e BC, o dólar à vista teve leve alta de 0,05%.
Por outro lado, a Ptax – taxa base para os derivativos de câmbio, calculada diariamente pela autoridade monetária, e que consiste na média das taxas informadas pelo agentes em quatro momentos do dia – desta sexta, a última de 2012, encerrou em queda de 0,23%, para 2,0435 reais. A retração decorreu do fluxo cambial positivo pela manhã e de interesses relacionados às rolagens de contratos futuros.
Intervenções – Em dezembro, o BC fez onze leilões de dólar e quatro ofertas de swap cambial (venda no mercado futuro), além de flexibilizar restrições ao ingresso de recursos no país.
O arsenal de instrumentos cambiais foi necessário para combater o fluxo negativo no mês (comercial e financeiro), que somou 7,067 bilhões de dólares até o dia 21, além da pressão vinda do exterior em razão da falta de um acordo para a crise fiscal nos Estados Unidos.
Nesta sexta, houve forte liquidez no mercado de câmbio à vista, embora as cotações tenham oscilado entre margens estreitas. O fluxo cambial foi relativamente equilibrado, segundo um operador de tesouraria de um grande banco com forte atuação em comércio exterior. “Houve um movimento vendedor pela manhã ligado a fluxo positivo e interesses relacionados à formação de uma taxa Ptax mais para baixo. Por isso, a Ptax fechou em queda”, disse a fonte. Passado esse evento técnico, afirmou o mesmo operador, a liquidez diminuiu à tarde e o dólar acabou devolvendo a queda inicial e fechou com leve ganho.
Abismo – O ajuste final de alta foi amparado pela preocupação dos agentes financeiros com a falta de um acordo entre a Casa Branca e o Congresso americano para evitar as elevações automáticas de impostos e cortes de gastos previstas para 1º de janeiros – ações que deverão sugar 665 bilhões de dólares da economia americano, levando-a a uma nova recessão. Se não houver um acordo até o dia 31, esse pacote, que ganhou o apelido de ‘abismo fiscal’, terá início.
(com Estadão Conteúdo e Reuters)