Dívida externa privada é a maior da história, aponta BC
Segundo jornal, dívida externa de bancos e empresas privados do país dobrou desde o fim de 2009, alcançando US$ 208 bilhões no 3º trimestre de 2014
A dívida externa de bancos e empresas privados do país dobrou desde o fim de 2009, atingindo 208 bilhões de dólares no terceiro trimestre de 2014, maior valor da série histórica do Banco Central (BC), iniciada em 1989. O aumento substancial do endividamento foi facilitado pelos juros baixos praticados em países desenvolvidos, que buscam estimular suas economias. As informações foram publicadas nesta terça-feira pelo jornal Folha de S. Paulo.
O elevado volume de dívidas tem preocupado agentes do mercado. Isso porque há a expectativa de que o Fed, o banco central americano, comece a subir os juros nos próximos meses, o que pode levar investidores a retirar dinheiro de países emergentes para aplicar nos Estados Unidos.
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Segundo o BC brasileiro apenas 16,8% das empresas nacionais com dívida em moeda estrangeira não possuem nenhum tipo de proteção contra uma desvalorização do câmbio (hedge). Mesmo que a fatia seja pequena, os elevados vencimentos de parcelas dívida neste ano pode causar uma pressão extra sobre o real. O volume de amortizações a serem pagas em 2015 é recorde, de 102,5 bilhões de dólares, incluindo dívidas de curto e longo prazos. Deste total, quase 90%, ou 89,7 bilhões de dólares, são do setor privado.
“Esse volume alto de amortizações pode colocar pressão extra sobre o câmbio”, afirmou ao jornal Caio Megale, economista do Itaú Unibanco.
Carlos Caicedo, analista de Brasil da consultoria IHS, pondera que as empresas brasileiras tiveram tempo de preparação para o cenário de real mais fraco. No entanto, ele reforça que a situação pode complicar caso o Brasil perca o grau de investimento, o que aumentaria o custo para rolar as dívidas contraídas.
(Da redação)