Crédito sobe 13,7% no Brasil entre março de 2013 e 2014
Inadimplência permanece em 4,8% em março
Em sua nota de Crédito e Política Monetária, o Banco Central apurou um estoque de crédito da ordem de 2,76 trilhões de reais em março – 1% maior do que o visto em fevereiro, e 13,7% superior na comparação anual. Do total, 2,596 trilhões de reais foram para o setor privado, em especial nos segmentos imobiliário, industrial e rural.
O dinheiro disponível para pessoas jurídicas foi de 1,477 trilhão de reais, enquanto o de pessoas físicas foi de 1,282 trilhão de reais. Vale ressaltar que a relação crédito/Produto Interno Bruto (PIB) subiu de 55,8% para 55,9% entre fevereiro e março. No terceiro mês do ano passado estava em 54,1%.
A maioria da carteira total do sistema financeiro (54,5% ou 1,503 trilhão de reais) é de recursos livres, ou seja, aquele dinheiro que não têm destino específico. Esta modalidade de crédito aumentou 0,7% na relação mensal e 6,5% na anual. As pessoas físicas são as que mais demandaram esse tipo de financiamento no mês: 753 bilhões de reais.
O restante da carteira (1,257 trilhão) é formada por recursos direcionados, aqueles usados apenas para financiamento habitacional, agricultura e repasses do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES). Esse tipo de crédito subiu 1,4% ante fevereiro e 23,7% em relação a março de 2013. As carteiras de pessoas jurídicas e físicas totalizaram 725 bilhões e 532 bilhões de reais. “Destacou-se a retomada da expansão dos financiamentos para investimentos com recursos do BNDES, enquanto no crédito às famílias manteve-se o crescimento mais expressivo do crédito imobiliário”, disse o BC.
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Calotes – Ainda segundo o BC, a taxa de inadimplência no mercado de crédito brasileiro ficou, pelo quarto mês consecutivo, no patamar de 3%, menor nível da série histórica iniciada em março de 2011. O porcentual de calotes superiores a noventa dias entre pessoas físicas subiu de 4,3% em fevereiro para 4,4% em março, enquanto o de pessoas jurídicas ficou inalterado em 1,9%.
No segmento de recursos livres, a inadimplência ficou em 4,8% em março, repetindo o nível visto em fevereiro. Já para recursos direcionados, o indicador permaneceu em 1%.
Juros – Em março, o spread bancário (diferença entre o custo desembolsado pelos bancos para captar dinheiro e o custo para quem o toma emprestado) foi de 12,3 pontos porcentuais (p.p.), o mesmo do mês anterior. No segmento de pessoas físicas e jurídicas, os spreads se situaram em 18,2 p.p. e 7,7 p.p., respectivamente.
Já a taxa média de juros no segmento de recursos livres fechou março em 31,6%, 0,1 ponto acima do patamar de fevereiro. No crédito total, os juros ficaram em 21,1% em no mês passado, maior que os 21,0% apurado no mês anterior.
Há um ano o BC vem elevando a Selic, hoje a 11% ao ano, para combater a inflação alta no país. Esse movimento encarece o custo do crédito e acaba se refletindo no mercado.
(com agência Reuters)