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Crédito consignado ajudou a baixar inadimplência, diz BC

Inadimplência entre pessoas físicas não pôs em risco a estabilidade do sistema que, segundo o BC, se encontra bem provisionado e bem capitalizado

Por Da Redação
10 ago 2012, 12h04

O diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Carlos Hamilton Araújo, fez na manhã desta sexta-feira um balanço da economia brasileira e das atuações do BC nos últimos 10 anos. Ele citou a criação do crédito consignado, modalidade de empréstimo que, avaliou, além de ter dado oportunidade a pessoas que nunca poderiam contrair um crédito, contribuiu para a redução da inadimplência, movimento que segue como tendência, para o BC.

Quanto ao aumento recente da inadimplência no segmento de crédito às pessoas físicas, em parte, disse Hamilton, se deveu a fatores específicos, devidamente identificados e tempestivamente corrigidos pela regulação prudencial. “De qualquer maneira é importante mencionar que em nenhum momento este avanço da inadimplência pôs em risco a estabilidade do sistema, que se encontra bem provisionado e bem capitalizado, portanto, plenamente capaz de acomodar eventuais perdas”, afirmou.

Ainda de acordo com o diretor do BC, o crédito como um todo no Brasil tem de ser colocado em perspectiva. E dessa forma tem ainda espaço para crescer. O crédito habitacional, por exemplo, lembrou Hamilton, é inferior a 6% do Produto Interno Bruto (PIB). Hoje, disse o executivo, aproximadamente 122 milhões de pessoas mantêm relacionamento com instituições financeiras no Brasil e de 10 cada adultos, nove são usuários do sistema financeiro.

Solidez – Carlos Hamilton disse ainda que dois recentes relatórios do Fundo Monetário Internacional (FMI) apontaram que a economia brasileira apresenta boas condições, com destaque para a solidez do sistema financeiro nacional. “As instituições (do setor) têm elevado capital e alta liquidez em suas carteiras”, comentou. “O FMI também avaliou como é eficaz a nossa rede de proteção de crédito, em particular o Fundo de Garantidor de Crédito”, destacou.

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A supervisão e fiscalização do BC é eficaz, ativa e avaliada como uma das melhores do mundo, lembrou o diretor do BC. “O Brasil cumpre todos os 30 princípios de Basileia”. Por isso, continua, as boas condições da economia nacional dão lastro para que as concessões de financiamentos para famílias e empresas mantenham rota de expansão sustentável. “É natural e desejável que o mercado de crédito continue em crescimento”, afirmou. “A ampliação do mercado de crédito é consequência e causa do avanço da economia”, ressaltou. “Temos espaço para crescer de forma segura”, disse.

Os comentários do diretor do BC ratificam as avaliações do Ministério da Fazenda e do Banco Central sobre a necessidade de o crédito continuar em expansão, de forma sustentável, dado que a inadimplência voltou a recuar, mesmo que levemente. O nível de atividade do país apresenta melhores condições do que as de muitos outros países avançados, sobretudo nos aspectos relacionados ao bom desempenho das contas públicas, com geração constante de superávit primário ao longo dos anos. Além disso, a inflação está sob controle e converge para o centro da meta de 4,5%, conforme disse Hamilton há uma semana em Salvador.

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O governo está atuando fortemente na campanha de estímulo aos bancos para ampliarem a concessão de crédito. Na última quarta-feira, o ministro Guido Mantega convidou os dirigentes das principais instituições comerciais do país para encontro, que teve a participação do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini.

Ontem, o diretor de Política Monetária do BC, Aldo Mendes, mandou recados indiretos ao setor financeiro, pois, para ele, existem todas as condições para empenhar mais capitais para a realização de investimentos, sobretudo em infraestrutura. “Precisamos também eliminar resquícios de práticas de um passado de elevada instabilidade macroeconômica, que ainda existem no nosso sistema financeiro”, disse, sem entrar em detalhes. “Algumas práticas já não fazem mais sentido em um país que domou as altas taxas de inflação do passado. Essa resistência precisa ser superada, em prol do crescimento do sistema financeiro nacional.”

O diretor do BC participou, nesta sexta-feira, da abertura do VII Seminário sobre Riscos, Estabilidade Financeira e Economia Bancária do Banco Central do Brasil, promovido pelo próprio BC na cidade de São Paulo.

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(Com Agência Estado)

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