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Comércio aprova decisão; indústria e sindicatos criticam BC

CNI considera taxa insuficiente para promover recuperação da economia; para comércio, Selic não deve ser usada como remédio para contra a inflação

Por Da Redação
16 jan 2013, 20h57

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) avalia que a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central em manter a Selic em 7,25% ao ano é insuficiente para promover uma recuperação da economia. Em nota, distribuída na noite desta quarta-feira em seguida ao anúncio da taxa básica de juros, a CNI afirma que “o ambiente de baixa atividade econômica requer taxas de juros em níveis mais baixos e por um longo período”.

A entidade alerta que a política de juros baixos deve ser complementada por medidas que promovam o aumento da competitividade das empresas e garantam a retomada da atividade econômica. Entre as medidas defendidas pela CNI estão redução dos custos de produção, revisão dos gastos do governo e aumento de investimentos públicos.

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) considera que há espaço para novos cortes de juros. De acordo com a instituição, há muito dinheiro “procurando oportunidades e o Brasil tem que escolher o caminho do seu crescimento”. Os industriais paulistas acreditam que novas quedas na Selic ocorrerão ao longo do ano, mas avalia que o governo precisa “aumentar a competitividade da economia e destravar o investimento”.

“O governo tem que avançar na redução da carga tributária sobre a produção, redução da burocracia e custo do crédito, além da melhoria da infraestrutura”, afirmou o presidente da instituição, Paulo Skaf, em nota distribuída à imprensa. De acordo com ele, para alcançar maiores níveis de investimento é preciso também “acelerar a execução de obras públicas e regulamentar concessões e Parcerias Público-Privadas (PPPs), sem tolher a iniciativa privada”.

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Comércio – A Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), por outro lado, aprovaram a decisão tomada pelo BC. Em nota, as instituições afirmam que, para o setor varejista, a manutenção da taxa Selic em um piso histórico era prevista e reflete a preocupação do governo em dar continuidade à política de expansão do crédito no Brasil.

“A decisão do Banco Central mostra que a taxa de juros não deve ser usada como remédio para conter a inflação neste ano. O governo deve trabalhar com outras ferramentas para controlar os preços, como a valorização da taxa de câmbio e a desoneração tributária”, declarou Roque Pellizzaro Junior, presidente da CNDL. Para ele, um possível aumento da taxa básica para frear a inflação, como especulavam alguns analistas, só iria inibir os investimentos da iniciativa privada. “Elevar os juros para conter a alta dos preços reduz investimentos e uma possível expansão do crédito, peça-chave para fomentar o consumo”, defende Pellizzaro Junior.

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A Associação Comercial de São Paulo (ACSP), por sua vez, considera que a decisão do Copom reflete uma atitude de cautela da autoridade monetária. “Os indicadores do nível de atividade e a continuidade do cenário de incerteza que poderiam explicar uma redução da taxa, mas, de outro lado, as pressões inflacionárias recentes parecem justificar a decisão de manter a Selic no mesmo patamar”, disse em comunicado o presidente da instituição, Rogério Amato.

“É preciso aguardar a ata da reunião para se ter uma ideia clara da visão da autoridade monetária sobre a situação da economia brasileira”, completou Amato. O documento sobre a reunião será divulgado na quinta-feira da próxima semana.

Para a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), o Copom agiu de forma acertada devido ao momento econômico. Para a entidade, a decisão é “razoável” porque não haveria mais espaço para redução da taxa básica de juros enquanto a inflação permanecer acima do centro da meta de inflação (4,5%) e o cenário internacional continuar incerto. “O entrave é que o BC não pode, ao mesmo tempo, mirar na inflação, no custo da dívida pública e no estímulo à economia”, observou a entidade.

Sindicalistas – A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) também criticou a manutenção da taxa básica de juros. “Foi desperdiçada uma oportunidade para retomar o bom caminho da redução da Selic e, com isso, forçar uma queda maior dos juros e dos spreads dos bancos, a fim de baratear o crédito e incentivar o emprego, o desenvolvimento e a distribuição de renda”, disse em comunicado o presidente da confederação, Carlos Cordeiro.

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Segundo Cordeiro, apesar das quedas da Selic em 2012, os bancos brasileiros “continuam praticando juros e spreads que permanecem entre os mais altos do mundo, travando a produção e o consumo, freando o crescimento econômico do país”. “Está mais do que na hora de o Banco Central definir, além das metas de inflação, metas sociais, como o aumento do emprego e da renda dos trabalhadores e a redução das desigualdades sociais do país”, completou Cordeiro.

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