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BRICs chegam ‘alinhados’ ao G20

Países obtêm consenso sobre temas polêmicos, como o controle dos preços de alimentos e a guerra cambial

Por Ana Clara Costa, de Paris
18 fev 2011, 14h49

Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a reunião prévia dos BRICs atingiu seu objetivo. “Estamos alinhados”, garantiu.

O grupo dos BRICs – Brasil, Rússia, Índia e China – chega ao encontro de ministros de Economia e presidentes de bancos centrais do G20 (dos 20 países mais influentes do mundo) com uma posição ‘alinhada’ sobre a guerra cambial e o controle de preços de alimentos. De acordo com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, o grupo quer que suas moedas tenham maior importância nas transações comerciais e que o preço das commodities continue oscilando livremente, de acordo com as regras de mercado (oferta e demanda). Para chegar a essa estratégia que será apresentada a partir de hoje, na abertura do encontro, em Paris, Mantega e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, reuniram-se na tarde desta sexta- feira, com as lideranças econômicas da Rússia, Índia e China.

Mantega não deu sinais de que o Brasil, por enquanto, vá apoiar a ideia americana de que a valorização do yuan é medida necessária nesse momento. A crítica apresentada pelos Estados Unidos é que, na guerra cambial, a China leva vantagem ao ter uma moeda de baixo valor. Isso faz com que as exportações do país sejam mais competitivas no mercado internacional. O governo brasileiro, por outro lado, defende que a estratégia americana de colocar mais dólares no mercado interno a fim de reativar a economia também favorece a desvalorização do dólar e impulsiona suas exportações.

Na pauta do G20, o impacto do valor das moedas nos superávits comerciais dos países será um tema de grandes discussões. Os americanos querem impor um controle sobre esse, processo – algo que afetaria, principalmente, chineses e alemães. Mantega afirmou que a posição dos países que compõem os BRICs é buscar uma solução parcimoniosa. Segundo ele, o grupo concorda que é preciso equilibrar o crescimento dos países, mas querem que, antes disso, sejam desenvolvidos indicadores financeiros válidos para balizar as políticas que permitiriam avançar neste terreno. “Isso não dá para ser feito com base na balança comercial. É preciso encontrar indicadores melhores para avaliar este tema sem prejudicar ninguém”, explicou.

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Em relação ao controle de preço dos alimentos, Brasil, Rússia, Índia e China avaliam que a ideia dos países europeus é inaceitável. Liderados pela França, governos da zona do euro estudam formas de fixar limites para as cotações, como a criação de estoques reguladores. Os BRICs, diz Mantega, são terminantemente contra. “Essa idéia é prejudicial à economia global. O que tem de ser feito é estimular a produção”, declarou. O grupo, contudo, considera que o interesse de investidores por ativos em commodities acaba mexendo com o preço dos alimentos. Isso acontece porque, ao perceber a tendência de alta, investidores passam a colocar recursos em fundos que têm rentabilidade atrelada às commodities. O resultado é que essa valorização que acontece no mercado financeiro acaba encarecendo os alimentos no mercado real. Os BRICs reconhecem, portanto, que esses mercados agregam excessiva volatilidade aos preços internacionais dos produtos básicos.

Mantega informou ainda que o grupo chegará à reunião do G20, no prédio dos Ministério da Economia e Finanças da França, com uma posição fechada sobre a necessidade de barrar a proposta de controle sobre a acumulação de reservas. Os países emergentes, nos últimos anos, têm reunido trilhões de dólares em reservas cambiais. Segundo o ministro, este ‘colchão de liquidez’ foi um dos responsáveis pela rápida recuperação dos países do grupo na crise mundial de 2009. Segundo Mantega, o sistema financeiro internacional não dá garantia alguma sobre qual é a quantia ideal a ser acumulada e os BRICs consideram que a medida é necessária para que tenham segurança e estabilidade.

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