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Brasileiro é multado por uso de informação privilegiada na venda do Burger King

Waldyr da Silva Prado Neto, ex-operador, deverá pagar indenização de 5,63 milhões de dólares por obter ganhos ilícitos com base em informações privilegiadas da empresa

Por Da Redação
15 jan 2014, 16h57

A Securities and Exchange Commission (SEC, a comissão de valores mobiliários dos EUA) informou nesta terça-feira, que obteve uma decisão judicial final para cobrar uma indenização de 5,63 milhões de dólares do brasileiro Waldyr da Silva Prado Neto, de 43 anos, acusado de obter ganhos ilícitos com base em informações privilegiadas às quais teve acesso quando trabalhava para a consultoria Wells Fargo Advisors, em Miami.

De acordo com a SEC, Prado usou as informações para comprar ações e opções de compra (call) da rede de lanchonetes Burger King entre maio e setembro de 2010, antes do anúncio da compra da companhia pela empresa de private equity 3G Capital, em 2 de setembro daquele ano. Segundo o órgão regulador norte-americano, no último dia 7, o Tribunal Distrital do Sul de Nova York emitiu uma decisão final contra o operador.

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“Prado soube da iminente aquisição por meio de um de seus clientes que investia em um fundo gerido pela empresa de private equity que foi usada para adquirir o Burger King. Prado usou de maneira errada essa informação confidencial para negociar ilegalmente ações do Burger King e obter 175 mil dólares em lucros ilícitos, além de ter avisado outras pessoas no Brasil e em outros locais”, diz a SEC, em comunicado publicado em seu site. O cliente de Prado havia sido informado pela 3G Capital sobre a possível aquisição do Burger King em março de 2010. Ele assinou um termo de confidencialidade e se comprometeu a investir pelo menos 50 milhões de dólares no fundo que seria usado na transação.

Prado terá de devolver 397 mil dólares em ganhos ilícitos e mais 41,6 mil dólares em juros. Além disso, há uma multa de 5,195 milhões de dólares. Em setembro de 2012, a SEC já havia obtido uma decisão judicial para congelar os ativos de Prado, para impedir que ele transferisse recursos para fora dos EUA, o que já estava acontecendo na ocasião, segundo a agência. “Prado recentemente abandonou seu emprego na Morgan Stanley Smith Barney, colocou sua casa em Miami à venda e começou a transferir todos seus ativos para fora do país”, disse a SEC na ocasião.

Segundo documentos do processo judicial, durante uma visita de negócios ao Brasil em maio de 2010, Prado teria enviado um e-mail a um conhecido no qual avisava sobre a informação privilegiada. “Estou no Brasil com informações que não podem ser enviadas por e-mail. Você não pode perder…”, diz ele na comunicação eletrônica. No mesmo dia, ele conversou com esse amigo por telefone, contando que soube que a 3G Capital iria comprar o Burger King e tirar a empresa da bolsa.

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O operador teria compartilhado a informação com pelo menos mais quatro clientes, que também fizeram negócios com as ações do Burger King, obtendo um lucro total de mais de 2 milhões de dólares. Uma dessas pessoas é o ex-banqueiro brasileiro Igor Cornelsen, que na ocasião trabalhava na Bainbridge Group Inc. Ele também é acusado pela SEC de informação privilegiada e teria lucrado mais de 1,68 milhão de dólares. A autoridade reguladora chegou a um acordo com ele e a empresa para o pagamento de uma indenização de 5,1 milhões de dólares, apesar de eles não terem admitido nem negado qualquer irregularidade.

Prado e Cornelsen não foram encontrados para comentar o assunto. A CVM disse apenas que colaborou com a SEC na investigação do caso, já que os dois órgãos têm um memorando de entendimento para esse tipo de cooperação. Segundo a decisão da juíza norte-americana Katherine Polk Failla, Prado não respondeu às intimações recebidas nem compareceu às audiências. Ele deve pagar a indenização até 14 dias após a publicação da sentença, no último dia 7. Os ativos do operador que foram congelados pela Justiça dos EUA somam pouco mais de 175,6 mil dólares.

(com Estadão Conteúdo)

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