Brasil perde posto de 6ª maior economia para Grã-Bretanha
Dólar em alta e crescimento pífio do Brasil no ano devem levar a perda de colocação, mas em 2014 Brasil deve voltar ao 6º lugar
Um ano após desbancar a Grã-Bretanha na posição de sexta maior economia do mundo, a desvalorização do real nos últimos meses fará com que o Brasil perca o posto recém-conquistado e volte ao sétimo lugar em 2012. A previsão foi feita nesta quarta-feira pelo britânico Centro de Pesquisas Econômicas e de Negócios (CEBR na sigla em inglês). A consultoria, porém, aposta que o Brasil voltará a crescer mais rapidamente e deve voltar a ultrapassar os britânicos em 2014.
Segundo o levantamento, o Brasil deve terminar o ano com Produto Interno Bruto (PIB) de 2,282 trilhões de dólares, pouco abaixo dos 2,443 trilhões de dólares previstos para a Grã-Bretanha. “Estamos na disputa cabeça a cabeça com o Brasil há algum tempo. No ano passado, os brasileiros nos ultrapassaram. Este ano, vamos superá-los. A partir de 2014, no entanto, o dinamismo da economia brasileira deve levar o Brasil decisivamente para uma posição acima da Grã-Bretanha”, disse o responsável pela pesquisa e diretor-executivo do CEBR, o inglês Douglas McWilliams.
Na pesquisa do CEBR, os cinco primeiros da lista são Estados Unidos (PIB de 15,643 trilhões de reais), China (8,249 trilhões de reais), Japão (5,936 trilhões de reais), Alemanha (3,405 trilhões de reais) e França (2,607 trilhões de reais).
Leia mais:
Mercado eleva projeções de inflação e reduz PIB de 2013
Depois de fiasco na economia, Dilma quer ‘pibão’ em 2013
Comissão mista aprova Orçamento de 2013 – prevendo PIB de 4,5%
Pacotes anunciados por Dilma só aumentarão PIB em 2014
Fatores – Mesmo com a previsão de que a economia da Grã-Bretanha deve terminar o ano com crescimento perto de zero ou até uma pequena queda, o Brasil perdeu o posto especialmente pela taxa de câmbio. Como o PIB na pesquisa é calculado em dólares, a subida do dólar de mais de 11% no ano faz com que o tamanho da economia brasileira fique menor quando convertido para dólares.
Além disso, o fraco crescimento da economia nacional neste ano também deve ser levado em conta, o que acaba potencializando o efeito do câmbio. No terceiro trimestre, o PIB brasileiro cresceu apenas 0,6% na comparação anual, bem menos do que o esperado por economistas e pelo próprio governo.
O Banco Central já reduziu a previsão para o crescimento da economia brasileira neste ano a 1%, ante 1,6% esperado anteriormente, segundo o Relatório Trimestral de Inflação, divulgado em dezembro.
(com Estadão Conteúdo)