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Brasil e China criam fundo comum de R$ 60 bi

Medida, que será estendida aos outros BRICs, faz parte de um extenso programa de colaboração e tem objetivo de garantir crédito para o comércio exterior. Recursos virão das reservas internacionais dos dois países

Por Cecília Ritto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 21 jun 2012, 20h08

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou na noite desta quinta-feira, após reunião com o primeiro ministro chinês, Wen Jiabao, que Brasil e China firmaram um plano decenal de colaboração que os eleva a parceiros estratégicos globais. Trata-se de um conjunto de iniciativas para aproximar os dois países nos campos comercial, tecnológico, cultural e agrícola. Entre as medidas anunciadas está a criação de um swap de moeda local no valor de 60 bilhões de reais. Será um fundo comum que vai possibilitar que a China saque do Banco Central brasileiro essa quantia e que o Brasil possa ter acesso ao mesmo valor do banco chinês. O swap será constituído nas próximas semanas. “É uma medida que reforça a situação financeira de ambos os países, como se tivéssemos reserva a mais de recursos no momento em que a economia internacional está estressada”, afirmou Mantega.

Durante o encontro do G-20, em Los Cabos, no México, os BRICs – grupo composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – anunciaram a criação de um fundo comum com parte de suas reservas internacionais, que somam 4,5 trilhões de dólares. O primeiro avanço foi dado nesta quinta, no Riocentro, onde se realiza a Rio+20, durante o encontro de Mantega e Jintao. “Digamos que a crise se agrave, que haja restrições ao crédito para comercio exterior. Com o swap de moedas, o nosso comércio continua girando porque teremos crédito e moeda a nossa disposição”, explicou Mantega.

“Em 2008, houve bloqueio do comércio internacional, ninguém importava e exportava. Criamos uma modalidade que pode contornar problemas como esse. O primeiro acordo foi com a China e, depois, quando configurarmos o fundo de reserva – os cinco BRICs são os países que reúnem maior reserva do mundo. Haverá apoio recíproco entre nós. A ideia é que o comércio e as transações econômicas entre os nossos países avancem”, disse o ministro da Fazenda.

Mantega também anunciou iniciativas de aproximação entre os dois países nos campos comercial, tecnológico, cultural e agrícola. “Foi assinado entre Brasil e China um plano decenal de cooperação implicar em conjunto de iniciativas que vai aproximar os dois países”, afirmou. “Brasil já tem excelente relação comercial com a China, que é hoje o nosso principal parceiro comercial. Ela representa cerca de 17% do nosso comércio e 77 bilhões de dólares. Esse comércio continua crescendo e a relação vai continuar se expandindo”, disse.

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Mantega falou em diversificar a pauta comercial com os chineses e exaltou o aumento no consumo no país asiático, indo na contramão do consumo consciente proposto na Rio+20. “A China passa por transformações importantes a partir da crise internacional que implicou no encolhimento dos mercados consumidores. A China está estimulando o seu consumo doméstico. Portanto, o mercado chinês se transformará em um dos grandes mercados consumidores do mundo. E poderá consumir, além de commodities brasileiras, produtos manufaturados”, explicou Mantega.

No encontro entre os dois, foi feito um pano com intenções para aumentar a exportação de aviões brasileiros para a China. A Embraer assinou com o governo chinês um protocolo para a contratação de leasing de aviões brasileiros na China, conforme anunciou o ministro da Fazenda. Foi assinado um documento para a fabricação de um jato executivo da Embraer no país asiático. Também foi firmado o lançamento de satélites meteorológicos sino-brasielrios para este ano.

O Brasil convidou a China para investir em projetos automobilísticos e na área de petróleo e gás. “Petrobrás e PetroChina são as duas maiores em investimento do mundo. O país tem demanda grande para produtos na área petrolífera que queremos que seja feito no Brasil. Estamos convidando os chineses para se juntarem”, explicou Mantega. O ministro disse ainda que a China abrirá um centro cultural no Brasil e que as aduanas de ambos trocarão informações para evitar fraudes ou irregularidades que possam ser cometidas por empresas dos dois países.

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O ministro da Educação, Aloízio Mercadante, também firmou protocolos com Wen Jiabao. Haverá 250 bolsas do governo da China para o Brasil- atualmente são 50. Serão ofertadas 600 vagas nas universidades chinesas sem custo para os estudantes do Ciência sem fronteiras e mais cinco mil financiadas pelo projeto.

Supervisão – O BC brasileiro também anunciou a assinatura de um memorando de entendimento com o China Banking Regulatory Commission – entidade que regula o sistema bancário chinês – para aprimorar o intercâmbio de informações relacionadas à fiscalização de instituições financeiras e também para aumentar a cooperação entre os dois órgãos na supervisão bancária.

Em nota, o BC brasileiro afirmou que o “objetivo é respaldar os processos de acompanhamento de instituições financeiras brasileiras com agências, escritórios ou subsidiárias naquele país e de bancos chineses com atuação no Brasil”. “A assinatura do memorando representa um substancial avanço nas relações entre o Banco Central do Brasil e a China Banking Regulatory Commission, e contribui para o fortalecimento da supervisão global consolidada de dependências e de subsidiárias de bancos com atuação nos dois países”, citou a nota à imprensa distribuída pela autoridade monetária.

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(com Agência Estado)

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