Brasil deixa de ser o “lanterna” dos Brics – mas só em uma base de comparação diferente
Crescimento no primeiro trimestre, em relação ao mesmo período de 2012, foi de 1,9%; no entanto, ante o período imediatamente anterior, expansão do "pibinho" foi de apenas 0,6%
A economia brasileira cresceu apenas 0,6% no primeiro trimestre de 2013, ante os últimos três meses do ano passado, segundo informou nesta quarta-feira Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação ao primeiro trimestre de 2012, o crescimento do país é menos decepcionante: nessa base de comparação, a expansão foi de 1,9%. O resultado fez com que o Brasil deixasse a “lanterna” dos países do Brics (que ainda inclui Rússia, Índia, China e África do Sul), conquistada no ano passado. O país teve o mesmo crescimento da África do Sul e ficou atrás apenas da China, que cresceu 7,7%.
O país que registrou o menor crescimento entre os Brics foi a Rússia, cujo Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 1,6% no primeiro trimestre. É provável que o Brasil perca a “vice-liderança” para a Índia, que só divulgará os dados de suas contas nacionais na próxima sexta-feira – o patamar de crescimento registrado pelos indianos nos últimos anos nunca foi menor que 5%.
Para o IBGE, o resultado mostra que o crescimento do Brasil voltou a acelerar. “A curva mostra um movimento recente de desaceleração na China, Rússia e África do Sul), enquanto o Brasil vai na direção oposta”, disse a gerente da coordenação de Contas Nacionais do instituto, Rebeca Palis. Embora a China ainda apresente um crescimento superior à média, uma redução no ritmo de alta do PIB chinês pode ter impactado no desempenho das exportações brasileiras e “deve ser observado”, segundo a gerente.
Europa, Ásia e EUA – O crescimento de 0,6% em relação ao último trimestre de 2012 foi maior que o registrado na Europa e igual à expansão norte-americana. Na lista do IBGE, a Alemanha, motor da economia da Europa, mostrou crescimento de apenas 0,1%. O PIB foi negativo na França (-0,2%), Portugal (-0,3%), Itália (-0,5%) e Espanha (-0,5%). O Reino Unido cresceu 0,3% de janeiro a março.
Os Estados Unidos registraram uma alta de 0,6% no PIB, resultado semelhante ao brasileiro. Por outro lado, na Ásia, a economia da Coreia do Sul e a japonesa, que vem adotando uma política expansionista, avançaram os mesmos 0,9%.
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