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PIB cresce apenas 0,6% no 1º tri, abaixo das expectativas

No setor produtivo, agropecuária foi destaque, com alta de 9,7%; já a indústria recuou 0,3%

Por Da Redação
29 Maio 2013, 09h15

A economia brasileira cresceu apenas 0,6% no primeiro trimestre deste ano em relação aos três últimos meses do ano passado, informou nesta quarta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A soma de todas as riquezas produzidas pela economia do país entre janeiro e março ficou em 1,11 trilhão de reais. O anúncio veio abaixo da expectativa do mercado, cujas apostas de alta oscilavam entre 0,8% e 1%, conforme apurou o site de VEJA. Na comparação com igual período de 2012, o PIB teve expansão de 1,9% no primeiro trimestre do ano.

O resultado surpreendeu o mercado. O índice de atividade do banco central (IBC-Br), considerado prévia do PIB, mostrou uma variação positiva de 1,05% no primeiro trimestre de 2013 ante o quarto trimestre de 2012. A projeção fixada pelos analistas ouvidos pelo Banco Central na pesquisa Focus mais recente é de que o Brasil chegará ao final de 2013 com uma alta de 2,93% do PIB.

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O PIB é analisado pelos economistas sob duas óticas distintas: a da oferta, representada pelo setor produtivo (agropecuária, indústria e serviços) e a dos gastos, representada por investimentos, consumo das famílias, gastos do governo e balança comercial (exportações menos importações).

Setor produtivo – Sob a ótica da oferta, o maior destaque foi a agropecuária, com avanço de 9,7% ante outubro a dezembro do ano passado, quando essa variável havia despencado 6,1%. O setor agropecuário teve, neste início de ano, o melhor desempenho desde o segundo trimestre de 1998. O impulso era esperado por analistas devido à previsão de safras recordes de grãos para este ano e clima favorável para a agricultura. O setor de serviços, por sua vez, cresceu 0,5% no primeiro trimestre, menos do que no período imediatamente anterior (0,7%). Este setor foi influenciado pela alta de 0,6% no comércio, mas compensado pela queda de 0,9% no item transportes. Por fim, a indústria decepcionou ainda mais e caiu 0,3%, contrariando a expectativa de recuperação do mercado – no quarto trimestre de 2012 seu desempenho ficou inalterado. O setor extrativista teve o maior recuo, de 2,1% e a indústria de transformação foi a única a apresentar alta, de 0,3%, no período.

Dispêndios – Sob a ótica dos gastos, a alta do PIB do primeiro trimestre se deu especialmente pelo desempenho dos investimentos, representado pela Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que registrou aumento segundo trimestre consecutivo, com expansão de 4,6% – ante 1,3% no fim do ano passado. O resultado deste trimestre é o melhor desde os três primeiros meses de 2010 nesta área. Em 2013, os investimentos preocuparam analistas e o próprio governo ao apresentarem queda durante três dos quatro trimestres do ano e puxar a economia para baixo.

É importante notar que os investimentos são a base para o crescimento econômico futuro porque mostram a intenção das empresas de aumentar sua produção, prevendo maior demanda e atividade acelerada. Se o clima de negócios não vai bem e os empresários – seja da agropecuária, comércio ou varejo – estão receosos em investir, a economia como um todo é afetada. Essa desconfiança com o desempenho da economia no futuro e, consequentemente, a diminuição dos gastos para aumentar a produção ou expandir os negócios, podem ainda influenciar na inflação, que já encontra-se em um cenário preocupante no Brasil. Se a oferta (produção) não acompanhar a demanda (consumo), há distorção de preços.

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Se, por um lado, os investimentos reagiram, por outro, o consumo das famílias e os gastos do governo ficaram praticamente estáveis neste início de ano. As famílias consumiram apenas 0,1% a mais este trimestre do que o anterior, quando a expansão deste item havia sido de 1%. Já os dispêndios da administração pública ficaram estáveis (0%), ante expansão de 0,6% entre outubro e dezembro do ano passado. Com isso, um dos principais pilares do governo Dilma Rousseff – aumento de gastos públicos para estimular a economia – mostrou-se ineficaz.

Por fim, a balança comercial, último indicador da ótica dos gastos, apresentou queda de 6,4% nas exportações de bens e serviços e alta de 6,3% nas importações de bens e serviços. Este foi o pior resultado das exportações desde o primeiro trimestre de 2009. No quarto trimestre do ano passado, os dois itens haviam subido 6,1% e 8,4%, respectivamente.

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(Atualizado às 11h40)

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