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Brasil cresce em câmera lenta, diz ex-ministro Malan

Para o ex-titular do Ministério da Fazenda, privatizações para impulsionar os investimentos em infraestrutura demoraram a acontecer

Por Da Redação
23 ago 2012, 17h42

A demora em lançar mais concessões à iniciativa privada e permitir investimentos em infraestrutura é um exemplo de como o Brasil caminha vagarosamente rumo ao desenvolvimento. A análise foi feita nesta quinta-feira pelo economista Pedro Malan, ex-ministro da Fazenda do governo Fernando Henrique Cardoso e professor da PUC-Rio, em palestra no Rio.

O economista comparou o desenvolvimento do Brasil a um filme: vai na direção correta, mas está em câmara lenta em relação a outros países emergentes. “Tenho uma certa confiança de que seremos capazes de entender a magnitude dos desafios que o mundo nos coloca e que temos de superar”, afirmou.

A confiança do ex-ministro baseia-se nos avanços das últimas duas décadas. Muitos deles, frutos de reformas da década de 1990, quando ele participava do governo. Apesar das conquistas, Malan afirmou que o desenvolvimento nacional é feito “aos trancos e barrancos, com avanços e retrocessos, com demoras incalculáveis para tomar certas decisões.”

Segundo Malan, o recente processo de concessões ao setor privado – “não se pode usar outra palavra”, brincou referindo-se à rejeição do governo do PT em utilizar a palavra privatização – na área de infraestrutura já deveria ter sido lançado há anos. “Mas antes tarde do que nunca”, disse, completando que a demora poderá levar as concessões a serem feitas de forma “atabalhoada”.

Na avaliação do ex-ministro, “restrições de natureza política” impediram o plano de deslanchar antes, embora o pacote esteja “caminhando na direção certa”. “É um enorme gargalo. O Brasil não consegue crescer a taxas mais elevadas e sustentadas com uma infraestrutura precária como nós temos”, afirmou.

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Defesa das privatizações – Malan também aproveitou para defender as privatizações. “Fomos indevidamente acusados na década de 90 quando chegamos à conclusão, motivados por nenhuma consideração político-ideológica, mas por pragmatismo responsável, de que o setor público brasileiro e suas empresas não tinham a menor condição de realizar os investimentos de que o Brasil necessitava.”

Na câmera lenta descrita pelo ex-ministro, um dos campos em que o país está mais atrasado é a educação – no qual a Coreia do Sul registrou grandes avanços, lembrou. “Estamos atrasadíssimos em matéria de educação e formação de mão de obra qualificada em relação a países que competem conosco”, disse o ex-ministro, que também brincou ao dizer que não espera estar vivo para ver o país melhorar.

Em relação à economia internacional, Malan disse acreditar que, embora a um “custo extraordinário”, Estados Unidos e Europa vencerão a crise. Na União Europeia, população e líderes políticos não aceitarão uma ruptura e o euro deverá ser mantido. Entre os emergentes, o crescimento também será menor. Uma taxa de expansão do PIB chinês de 7,5% não seria problema, segundo ele.

(com Agência Estado)

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