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BC dos EUA deve sinalizar mais ajuda, dizem analistas

A expectativa é de que um novo programa de afrouxamento quantitativo seja colocado em prática

Por Da Redação
8 ago 2011, 09h30

O nervosismo dos mercados globais com o rebaixamento da classificação de risco dos Estados Unidos, de AAA para AA+, pela Standard & Poor’s, deverá forçar o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) a sinalizar mais ajuda à economia americana nesta terça-feira, após a reunião do Comitê de Política Monetária (Fomc, na sigla em inglês) para definir as taxas de juros.

Mesmo que nenhuma medida oficial seja anunciada, os analistas internacionais esperam reação do Fed para tentar acalmar os investidores e autoridades mundiais, por meio do comunicado após a reunião do Fomc, que deverá manter a taxa de juros americana entre 0 e 0,25%.

“O Fomc deverá deixar aberta a porta para a adoção do QE3 (terceira etapa do programa de afrouxamento quantitativo) no comunicado após a decisão sobre juros”, disse à Agência Estado o diretor para mercados emergentes do banco RBC Capital Markets, em Toronto (Canadá). “Se houver uma forte queda nos mercados financeiros internacionais, o que poderá afetar a confiança dos consumidores e das empresas para gastar, então o Fed terá de acalmar os investidores e neutralizar essas pressões de baixa, afirmando no comunicado que está mais inclinado à ideia do QE3.”

Antes do rebaixamento do rating soberano dos Estados Unidos, na sexta-feira à noite, os analistas e investidores consideravam bastante improvável a adoção da terceira rodada do programa de flexibilização quantitativa, algo que o próprio presidente do Fed, Ben Bernanke, praticamente havia descartado na sua mais recente aparição no Congresso para testemunhar sobre a política monetária. Na ocasião, Bernanke enfatizou a pequena tolerância do Fed em inchar mais o seu balanço patrimonial comprando títulos do Tesouro americano e papéis lastreados em hipotecas.

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Afrouxamento quantitativo – Os programas de flexibilização quantitativa foram essenciais desde o final de 2008 para evitar uma contração econômica mais forte dos EUA, pois ajudavam a reduzir as taxas de juros de longo prazo, dando um fôlego maior para famílias e empresas americanas ao baixar o custo dos financiamentos e das dívidas já contraídas. O efeito colateral foi empurrar os investidores para moedas e ativos de países que mantêm taxas de juros mais elevadas, como o Brasil.

Na segunda rodada do programa de afrouxamento, o QE2, que terminou em junho passado, o Fed injetou 600 bilhões de dólares na economia americana ao comprar aqueles ativos. No QE1, o Fed gastou cerca de 1,7 trilhão de dólares entre março de 2009 e março de 2010. Além disso, em agosto do ano passado, o Fed passou a reinvestir o rendimento dos ativos que detém no seu balanço, comprando mais títulos do Tesouro em substituição aos papéis que estão vencendo, o que evita, na prática, um aperto da política monetária.

“O Fed será mais enérgico ao comunicar sua preocupação com a fraqueza da economia e os riscos negativos, o que poderá ser interpretado pelo mercado como mais ajuda a caminho ou que o Fed manterá a política monetária acomodatícia por um período muito mais longo do que o inicialmente previsto”, afirmou à Agência Estado Antulio Bomfim, diretor-gerente da Macroeconomic Advisors, consultoria com sede em Washington e especializada em política monetária dos EUA. “O comunicado do Fomc vai definitivamente mostrar mais preocupação com a desaceleração econômica.”

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Para Bomfim, o Fed deverá anunciar que não irá descontinuar o programa de reinvestimento dos recursos recebidos com o vencimento dos títulos do Tesouro na sua carteira. “No comunicado, o Fed poderá não dar ideia de prazo para esse programa de reinvestimento acabar, mas acho que em relação ao QE3 ainda é cedo para antecipar a adoção de uma medida como essa.”

Na opinião dos economistas da Nomura Securities International, a opção do Fed para acalmar os mercados será por meio da política da “boca aberta”, ou seja, irá vociferar sua preocupação, acalmando o mercado no “gogó”.

(Com Agência Estado)

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