Arrecadação bate recorde em agosto, mas renúncia fiscal chega a R$ 51 bi no ano
Em agosto, recolhimento atinge recorde de R$ 83,95 bilhões. Contudo, segundo a Receita Federal, arrecadação registra alta real de apenas 0,79% nos oito primeiros meses do ano
O baixo crescimento econômico e o efeito das várias desonerações tributárias já resultaram em uma renúncia de arrecadação federal da ordem de 51 bilhões de reais no ano até agosto, segundo a Receita Federal. Entre janeiro e agosto de 2012, o volume de desonerações havia sido de 29,712 bilhões de reais.
Somente em agosto, a perda de arrecadação com desonerações tributárias somou 7,059 bilhões de reais. Segundo números divulgados nesta segunda-feira, essa perda foi 48,62% maior do que a registrada no mesmo período de 2012, quando as desonerações somaram 4,750 bilhões de reais.
No acumulado do ano até agosto, a arrecadação de impostos e contribuições registra alta real de apenas 0,79% em relação ao mesmo período de 2012, para 722,234 bilhões de reais. Para tentar evitar um desempenho modesto das receitas neste ano, o Ministério da Fazenda busca renegociar dívidas tributárias bilionárias com multinacionais, bancos e empresas, oferecendo desconto nas multas e juros. O objetivo é gerar recursos extras nos últimos meses do ano.
Na última semana, o secretário do Tesouro, Arno Augustin, disse que a expectativa é que a arrecadação federal cresça de forma gradual.
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Mesmo com o ritmo menor, a arrecadação em agosto bateu recorde para o mês, ao somar 83,956 bilhões de reais, informou a Receita Federal nesta segunda-feira.
O número representa alta real de 2,68% sobre igual mês do ano passado, mas está em linha com a previsão de analistas. Em julho, a arrecadação foi de 94,293 bilhões de reais, alta de 0,89% em comparação a igual mês do ano passado. No entanto, em relação julho deste ano, a arrecadação de agosto apresenta queda real de 11,18%.
Segundo dados divulgados nesta segunda-feira, a arrecadação das chamadas receitas administradas pela Receita Federal somou 82,017 bilhões de reais. As demais receitas (taxas e contribuições recolhidas por outros órgãos) foram de 1,940 bilhão de reais. No acumulado do ano até agosto, a arrecadação soma 722,23 bilhões de reais, com ligeira alta real de 0,79% sobre o mesmo período do ano passado.
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Detalhes – A arrecadação das chamadas receitas administradas registrou aumento real de 2,44% em agosto em relação a agosto de 2012 (82,017 bilhões de reais). Houve ainda expansão de 10,33% da arrecadação do Imposto de Importação nessa comparação, totalizando 3,468 bilhões de reais. Também cresceram em 6,56% as receitas com o IR de Rendimentos do Capital (2,060 bilhões de reais). O IPI de automóveis cresceu 64,99% e somou 253 milhões de reais.
A arrecadação com o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) caiu 8,67% e fechou agosto de 2013 (2,272 bilhões de reais). Também caíram ligeiramente as receitas com PIS (-0,25%) e Cofins (-1,27%), fechando o mês, respectivamente, em 4,151 bilhões e 15,908 bilhões de reais.
(com agência Reuters e Estadão Conteúdo)