Alemanha admite que estuda cenário sem Grécia no euro
Segundo porta-voz do Ministério das Finanças isso não é surpresa porque o governo se prepare para agir em todos os cenários possíveis
No dia em que a chanceler alemã Angela Merkel se reunirá com o primeiro-ministro grego Antonis Samaras, o governo alemão admite a existência de um grupo de trabalho no Ministério das Finanças que estuda as repercussões de uma saída da Grécia da Eurozona.
No entanto, o porta-voz do Ministério das Finanças, Martin Kotthaus, quem confirmou a notícia já publicada no jornal Financial Times, minimizou a iniciativa ao afirmar que os cidadãos esperam que o governo se prepare para agir em todos os cenários possíveis, “por mais improváveis que eles sejam”. Segundo o Financial Times, o grupo tem até nome: ‘Grexit’.
“Não é surpresa que o Ministério das Finanças se ocupe da crise da dívida e há um grupo de trabalho que estuda os diversos aspectos da mesma” disse Kotthaus. Ele explicou ainda que a cláusula do acordo de resgate da Grécia permitindo reabrir a negociação com a troika dos prazos das metas de reformas no caso de uma recessão pior do que o esperado não é legalmente obrigatória.
Já Samaras advertiu que uma saída grega do euro seria “uma catástrofe para a Grécia e muito ruim para toda Europa”.
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Nesta sexta-feira Merkel vai se encontrar com o primeiro-ministro grego em Berlim para discutir a extensão ou não das metas de austeridade impostas ao país em troca de ajuda financeira da troika (grupo formado por Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu).
Membros do governo e os partidos da coalizão governamental da Alemanha não querem dar mais tempo à Atenas e nem ajudar com um terceiro montante de dinheiro. Na quinta-feira, o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schauble, disse que dar mais tempo à Grécia não é uma solução para a crise. Segundo o ministro, a eurozona já chegou “ao limite do que se pode defender economicamente” com o programa de ajuda para a Grécia estipulado no ano passado.
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(Com agências Reuters e EFE)