Ações da Petrobras sobem 2% após plano de desinvestimentos
Plano da estatal de reduzir ativos não estratégicos para melhorar a contabilidade agradou investidores
As ações da Petrobras negociadas na BMF&Bovespa sobem 2% na tarde desta terça-feira, um dia após a aprovação do plano de desinvestimentos para o biênio 2015-2016, avaliado em 13,7 bilhões de dólares. Por volta das 15h, os papéis ordinários (ON, com direito a voto) subiam 1,83%. Já as ações preferenciais (PN, sem direito a voto) registravam valorização de 2,13%. O Ibovespa, principal índice da bolsa, operava em alta de 0,20%.
O plano da estatal é reduzir os ativos não estratégicos para melhorar a saúde financeira da empresa. O novo presidente da estatal, Aldemir Bendine, prevê vender, em média, 150% mais ativos a cada ano do que previa sua antecessora, Graça Foster. Na avaliação do analista independente Flávio Conde, a revisão do programa de desinvestimentos da Petrobras é, sem dúvida, positiva, uma vez que mostra que a nova diretoria está disposta a reduzir o endividamento excessivo.
No front político, os mercados seguem atentos à chamada “lista de Janot”, a relação de políticos citados na Operação Lava Jato que a Procuradoria-Geral da República deve encaminhar ainda hoje ao Supremo Tribunal Federal (STF), para denúncia ou abertura de inquérito. O ministro Teori Zavascki deve retirar o sigilo dos autos, mas os nomes dos políticos investigados só devem ser conhecidos posteriormente.
Segundo um operador de uma corretora paulista, “a situação política deve continuar predominando, já que temos um ar de ‘desgoverno’ no governo”. Essa apreensão conduz os mercados domésticos, juntamente com o “ruído” político em Brasília.
Depois do “pito” da presidente Dilma Rousseff no ministro da Fazenda, Joaquim Levy, ao final da semana passada, também traz desconforto a negativa de Renan Calheiros (PMDB-AL) para participar do jantar oferecido ontem à noite à cúpula do PMDB, no Palácio da Alvorada. Para o Planalto, Renan estaria ressentido com a possível menção na Lava Jato.
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Dólar – O dólar chegou a atingir na manhã desta terça-feira a cotação de 2,9151 reais, mas, no começo da tarde, a valorização perdeu ritmo. Por volta das 15h, a moeda americana operava perto da estabilidade, em alta de 0,24%, a 2,9023 reais. A perspectiva negativa para a economia brasileira tem empurrado a cotação do dólar. Com a inflação acelerada, o mercado espera um novo aperto monetário no Brasil na quarta-feira, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidirá se sobe ou não a Selic.
(Com agência Reuters e Estadão Conteúdo)