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Dinossauros podem ter sucumbido à mudança climática

Cientista afirma que as espécies não teriam sido destruídas pelo meteorito de Iucatã, mas sim por uma mudança climática ocorrida há 70 milhões de anos

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 17h09 - Publicado em 6 mar 2011, 11h26

No fim do período Cretáceo o planeta viveu uma rigorosa mudança climática que antes do impacto do meteorito já teria propiciado o começo da extinção de muitas espécies, explicando por que outras não desapareceram: elas simplesmente se adaptaram a esta mudança.

Uma radical mudança climática há 70 milhões de anos pode ajudar a explicar as transformações vividas com o fim do período Cretáceo e o desaparecimento dos grandes dinossauros, segundo parecem indicar fósseis encontrados na Amazônia peruana. “Com esta descoberta mostramos o que os cientistas vinham propondo há tempos: não foi o meteorito de Iucatã que extinguiu as espécies. A a extinção já havia começado antes”, diz Klaus Hönninger, diretor do Museu Paleontológico Meyer-Hönninger, de Chiclayo (norte do Peru).

Hönninger se refere aos fósseis encontrados em camadas de vários rios da Amazônia peruana, local que nos últimos tempos vem revelando segredos animais, botânicos, arqueológicos e, agora, paleontológicos. Por precaução, o cientista se nega a revelar a localização exata das camadas estudadas e se limita a indicar que ficam nas bacias dos rios Ucayali e Huallaga. Hönninger quer evitar a aparição de oportunistas e depredadores.

Extinção – A teoria mais aceita para explicar a grande extinção que houve no período Cretáceo, até o momento, era a proposta pelo prêmio Nobel Luis Álvarez. O cientista defende que o impacto de um meteorito em Iucatã, no México, há 65 milhões de anos provocou a extinção de boa parte da fauna e da flora do planeta, o que levou à passagem da era dos grandes dinossauros à dos mamíferos. Mas, segundo Hönninger, esta teoria tem um ponto falho: como explicar que perante uma catástrofe desta dimensão algumas espécies sobreviveram enquanto outras foram extintas?

Movidos por essa inquietação, os cientistas do museu Meyer-Hönninger começaram a percorrer desde novembro de 2010 as bacias de vários rios da Amazônia peruana em busca de camadas pertencentes àquela remota era geológica. Para Hönninger, os fósseis encontrados obrigam os cientistas a reestruturar a teoria de Álvarez: há 70 milhões de anos os pequenos organismos foraminídeos (animais que só vivem em mares profundos), primeiro elo da cadeia alimentar de então, começaram a sofrer uma diminuição de tamanho. “Isso significa que foram ficando cada vez mais microscópicos. Os animais que se alimentavam deles passaram a ter cada vez mais problemas para se alimentar, e toda a cadeia se deteriorou”, explicou o cientista.

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Com essa descoberta, se pode demonstrar que no fim do período Cretáceo o planeta viveu uma rigorosa mudança climática que antes do impacto do meteorito já teria propiciado o começo da extinção de muitas espécies, explicando por que outras não desapareceram: simplesmente se adaptaram a esta mudança. Com esta teoria, Hönninger não quer eliminar o meteorito da equação, mas sim diminuir sua importância no processo de extinção. “O meteorito de Iucatã seria a cereja do bolo. O que descobrimos é um fato histórico que abrirá as portas para muitas pesquisas. Haverá uma revolução em nível mundial, porque muita gente estava esperando um resultado como este”, diz.

Pesquisa – Para começar, é esperada para agosto a chegada ao Peru de especialistas de universidades de Áustria, Alemanha, França e Estados Unidos, que se somarão aos cientistas locais para continuar estudando as camadas da floresta peruana. O local demonstrou ser privilegiado para a geologia, graças aos poucos distúrbios geológicos que sua terra sofreu, o que permite ter à disposição dos cientistas uma narração transparente da história do planeta Terra.

Outro ponto que corrobora a tese de Hönninger é que o mesmo processo de diminuição de tamanho que os foraminídeos sofreram há 70 milhões de anos se registra atualmente no plâncton em consequência da atual mudança climática.

(Com agência EFE)

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