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Empresa de satélites deu passo decisivo para solucionar mistério do avião

Usando regras matemáticas simples e a fórmula do "efeito doppler" para analisar os sinais enviados pelo Boeing 777, engenheiros da empresa britânica Inmarsat conseguiram mostrar que o avião caiu no sul do Oceano Índico

Por Rita Loiola Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 Maio 2016, 14h47 - Publicado em 25 mar 2014, 09h20

O Boeing 777 da Malaysia Airlines viajou por um número de horas a uma altitude relativamente constante, em direção a uma parte remota do Oceano Índico, e então aparentemente caiu na água. As informações são de Chris McLaughlin, vice-presidente executivo da operadora de satélites britânica Inmarsat, empresa que deu um passo decisivo para resolver o mistério sobre o voo MH 370, que desapareceu quando fazia a rota de Kuala Lumpur, na Malásia, para Pequim, na China.

A companhia britânica e o Setor de Investigação de Acidentes Aéreos (AAIB), parte do Departamento de Transportes da Grã-Bretanha, foram mencionados pelo primeiro-ministro da Malásia como as fontes de informações que possibilitaram às autoridades definir a região de queda da aeronave: o Oceano Índico sul, a oeste da cidade de Perth, na Austrália.

Isso foi possível porque os dois órgãos se uniram para analisar os “pings”, sinais enviados pelo sistema automático de comunicação do Boeing 777 a um dos satélites da Inmarsat. Em entrevista à rede de notícias CNN nesta segunda-feira, McLaughlin afirmou que dados indicam que, depois de a aeronave desaparecer do radar civil e se desviar bruscamente do seu plano de voo autorizado, seguiu em direção ao sul.

“Pings” – Os engenheiros da Inmarsat e do AAIB usaram um sistema inédito para refinar os dados dos oito “pings” enviados pela aeronave em oito de março, entre 1 hora e 8 horas (horário da Malásia), para então desaparecer do radar. “Esses sinais devem ter sido enviados ao satélite pelo sistema Acars da aeronave, com informações com as coordenadas do avião”, afirma Elones Ribeiro, diretor da faculdade de Ciências Aeronáuticas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS). Após enviar esses sinais, a aeronave poderia ter tomado duas rotas: norte ou sul.

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Efeito doppler – Foi aí que o time de engenheiros decidiu usar uma estratégia simples e conhecida desde o fim do século XIX por matemáticos e físicos para analisar os dados dos “pings”: o efeito doppler. “Esse efeito descreve a mudança na frequência de ondas sonoras, de luz ou de rádio entre dois objetos, quando um dos dois está em movimento”, explica Ribeiro. “É o que acontece com o som que ouvimos quando um trem está se aproximando: sua frequência muda de acordo com a posição.”

Os engenheiros reuniram os dados do satélite da Inmarsat que recebeu o sinal e analisaram sua frequência para tentar rastrear o caminho do voo MH 370. Por meio de fórmulas e regras matemáticas, compararam essa frequência com a de outra aeronave que teria feito as duas rotas na mesma região, norte e sul. Assim, perceberam que o avião teria ido rumo ao sul. A estratégia matemática usada pela Inmarsat foi classificada por McLughlin como “revolucionária, mas tradicional”. Só depois de terem checado essas informações, enviaram-nas às autoridades da Malásia.

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O executivo salientou que essa foi a conclusão “inevitável”, depois que especialistas examinaram todos os dados disponíveis, incluindo a última posição detectada pelo satélite da Inmarsat, em órbita a mais de 22.000 milhas acima da Terra.

Algumas horas antes do anúncio do primeiro-ministro da Malásia nesta segunda-feira, autoridades australianas afirmaram que encontraram dois objetos no sul do Oceano Índico que poderiam estar relacionados ao voo MH 370. “Esta é, obviamente uma grande tragédia. A única coisa que podemos esperar é que, por causa disso, exista uma ordem para que todas as aeronaves sejam constantemente rastreadas”, disse McLaughlin à CNN.

(Com Estadão Conteúdo)

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