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Humanos se espalharam pela América do Sul como uma “erva daninha”, revela estudo

Grupo de pesquisadores americanos detalha como ocorreram as primeiras levas de colonização da América do Sul – a rápida expansão humana é incrivelmente parecida com a propagação de espécies invasoras

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 15h57 - Publicado em 7 abr 2016, 21h19

Os seres humanos demoraram milhões de anos para chegar à América do Sul, mas, assim que colocaram os dois pés na região, expandiram-se como uma “erva daninha”. De acordo com um novo estudo feito por pesquisadores da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, a dinâmica da colonização humana na região é bastante semelhante ao da propagação de espécies invasoras, como as ervas daninhas: alastram-se rapidamente e depois se reduzem, à medida que esgotam os recursos naturais.

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Para compreender como o último continente em que a espécie humana se espalhou foi ocupado, a equipe de pesquisadores usou informações de datação radiocarbônica de 1 147 sítios arqueológicos da região. O estudo, publicado esta semana na revista Nature, revela que a colonização se deu em duas fases distintas.

A primeira se desenvolveu de 13 000 anos a 9 000 anos atrás, com a população humana se espalhando rapidamente por todos os lados do continente e aprendendo a usar os recursos naturais. No fim do período, a densidade populacional parece ter diminuído e se estabilizado, de acordo com os cientistas – provavelmente pela escassez dos recursos naturais. Entretanto, há cerca de 5 000 anos, a população começou a se expandir novamente e, dessa vez, ainda mais rápido. Segundo os pesquisadores, a época coincide com o período em que as tribos de humanos caçadores-coletores começaram a cultivar seus próprios alimentos. A agricultura e o sedentarismo fizeram com que a população humana pudesse ter mais tempo e mais alimento, ajudando na reprodução da espécie.

“Humanos eram como uma outra espécie invasora qualquer”, disse Elizabeth Hadly, professora de biologia da Universidade de Stanford, e uma das autoras do estudo. “Se nós consumirmos nossos recursos, vamos entrar em declínio. É falar o óbvio, mas o nosso estudo mostra que mesmo em áreas geograficamente vastas, como continentes, humanos podem consumir demais e muito rápido.”

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Espécie invasora – Em biologia, o conceito de espécie invasora é aplicado a espécies que se encontram foram de sua área de distribuição natural e podem representar ameaça a espécies nativas. Usando a comparação, os pesquisadores traçaram o painel mais detalhado do povoamento da América do Sul.

“Os humanos são únicos em sua habilidade de manipular o ambiente e, assim, mudar a capacidade natural local. Neste estudo, demonstramos como o comportamento dos homens pré-históricos parece, de fato, com o da maior parte das populações animais – até o surgimento da agricultura. Foi nesse momento que eles ganharam a habilidade de aumentar a capacidade local e global”, escrevem os autores no estudo.

Nossa espécie apareceu na África há cerca de 200 000 anos e, depois, se espalhou para a Europa e para a Ásia, cruzando para as Américas de 15 000 a 20 000 anos atrás, usando uma faixa de terra que conectava a Sibéria e o Alasca.

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(Com Reuters)

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