Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Fóssil de 400 milhões de anos é o registro de organismo terrestre mais antigo já descoberto

De acordo com pesquisa, publicada na última quarta-feira no 'Botanical Journal of the Linnean Society', fungo ajudou na preparação do solo para a proliferação de plantas mais complexas

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 15h58 - Publicado em 3 mar 2016, 15h35

Um fóssil de 440 milhões de anos pode ser o organismo terrestre mais antigo já visto. De acordo com uma nova pesquisa, publicada na última quarta-feira no Botanical Journal of the Linnean Society, trata-se de um fungo que ajudou na preparação do solo para a proliferação de plantas mais complexas. Ao iniciar a fertilização de terreno, o fungo permitiu que florescessem as plantas que mais tarde atrairiam animais dos oceanos para a terra.

Segundo a pesquisa, é difícil de precisar exatamente quando organismos com vida migraram dos mares para a terra, mas os estudos já realizados nesse sentido indicam que a conquista dos continentes ocorreu entre 500 e 450 milhões de anos. “Durante o período em que esse organismo existiu, a vida era basicamente restrita aos oceanos: nada mais do que musgos evoluíam no solo. No entanto, para que plantas e árvores pudessem existir, o processo de decomposição e preparação do solo seria necessário”, afirmou o autor da pesquisa, Martin Smith, do departamento de ciências da terra da Universidade de Cambridge.

Leia também:

Fóssil de 520 milhões de anos é exemplo mais antigo e detalhado do sistema nervoso

Continua após a publicidade

Pingente de 11.000 anos é evidência mais antiga de arte do mesolítico na Grã-Bratenha

O fungo, chamado Tortotubus, possuía uma estrutura que permitia que ele obtivesse nutrientes através do processo de decomposição de matéria orgânica. De acordo com o autor da pesquisa, não se pode dizer que esse foi o primeiro organismo a habitar a terra, mas é o fóssil mais antigo já descoberto nesse ambiente.

Quebra-cabeças – O pesquisador iniciou seus estudos com diversos fósseis pequenos – mais finos que um fio de cabelo. Ao juntar estas evidências com amostras de outros fósseis, Smith identificou que todos eram partes do Tortotubus em diferentes estágios de crescimento. Ao reconstruir o processo de crescimento do fungo, o especialista identificou que os fósseis representavam um organismo que criava micélio (espécies de “ramos” que esses organismos utilizam para extrair nutrientes do solo).

Continua após a publicidade

Isso explica como o fungo foi capaz de representar um papel tão importante na formação do solo: o micélio se ramificava na superfície, ajudando a sustentar a vegetação. Enquanto isso, o fungo decompunha matérias orgânicas da superfície do solo – utilizando-as como fonte de alimento -, o que ajudava a reciclar nutrientes importantes para a terra.

Cogumelos – O que os pesquisadores buscam responder agora é que tipo de matéria orgânica Tortotubus estava decompondo: segundo Smith, é provável que o fungo estivesse se alimentando de bactérias e algas que estivessem na terra. No entanto, como esses organismos raramente são encontrados fossilizados, os pesquisadores ainda não podem ter certeza sobre o “cardápio” de Tortotubus. Outra questão a ser solucionada é referente a um padrão de crescimento do fungo, que se parece com o dos organismos que formam os cogumelos. Como ainda não foram encontrados vestígios inequívocos de cogumelos nos registros fósseis do período paleozoico, não é possível confirmar que os cogumelos ocuparam a terra antes dos animais migrarem dos oceanos, mas essa é uma possibilidade.

(Da redação)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.