Sílvio de Abreu prepara remake de ‘Guerra dos Sexos’

Autor vai tirar férias depois do último capítulo de 'Passione', e pretende reescrever a trama protagonizada por Paulo Autran e Fernanda Montenegro em 1984

Por Leo Pinheiro, do Rio de Janeiro
15 dez 2010, 17h10

Sílvio de Abreu no Centro Cultural Bando do Brasil: planos para 'remakes' e mistério sobre o final de 'Passione' (Onofre Veras/AGNews/VEJA)

Mistério sobre o final de ‘Passione’: “Não contei o final para a Denise Sarraceni. Nem a minha esposa sabe. Se eu morrer ninguém vai saber o fim da novela”

Sílvio de Abreu ainda não se despediu de ‘Passione’, mas já está com dois novos projetos fechados com a Rede Globo. Depois de suas férias, que começam no dia 18 de janeiro, um dia após a exibição do último capitulo da novela, o autor se dedicará de outro grande sucesso escrito por ele: ‘Guerra dos Sexos’, que foi ao ar em 1984, com Paulo Autran e Fernanda Montenegro nos papéis principais. “Eu agora vou descansar um pouco, vou viajar, ainda não sei para onde, mas em setembro eu começo a reescrever a novela. No início eu pensei que seria mais fácil, mas já vi que vai ser um trabalho igual a escrever uma novela nova, já que vou ter que adaptar todo o texto, as gírias da época”, explicou o novelista.

Sílvio cogitou – e descartou – Glória Pires para o papel de Charlô. “Ela não tem idade para fazer uma mulher que tem netos adultos”. Mesmo evitando as especulações, o autor deixou escapar que Tony Ramos pode ser o Otávio da nova versão. “O Tony Ramos está sempre cotado para fazer os meus papéis principais, mas ainda não decidi se será ele. Está muito longe”, despistou.

Não bastasse um ‘remake’, o novelista já tem planos para se dedicar a reescrever mais uma de suas novelas: ‘Éramos Seis’, que foi ao ar na extinta TV Tupi, em 1977, e em uma nova versão no SBT, em 1994. “Foi uma novela de grande sucesso nas duas versões, tanto que até hoje é a de maior audiência da história do SBT. No entanto, eu nunca tinha vendido essa novela para a Globo. Agora a gente já fechou e eu devo começar a trabalhar nela daqui a dois anos”, antecipou Sílvio, na noite de terça-feira, durante o ciclo de palestras ‘A História da Telenovela’, organizado pelo Centro Cultural Banco do Brasil, no centro do Rio.

Após o evento, o autor não escapou das perguntas dos jornalistas sobre ‘Passione’ e foi inquirido até pela amiga Regina Duarte. A atriz, que é mãe de Gabriela Duarte – a Jéssica da trama atual das 21h. Regina tentou arrancar um dos segredos dos últimos capítulos. “Que história é essa de que o Totó vai morrer? O taxista que me trouxe até aqui me perguntou. Disse que ficou sabendo que você vai matar o Totó”, perguntou aos risos. Com o mesmo bom-humor de Regina, o novelista respondeu que era mentira, mas depois recuou. “Eu não sei nada dessa história, pelo amor de Deus! Eu não vou dizer que sim nem que não. Não vou falar de trama”, disse Silvio.

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Sobre o final da novela, o autor diz estar decidido desde o primeiro capítulo. “Mesmo quem viu desde o primeiro capítulo não sabe o fim da novela. Mas quem rever vai entender a ligação que tem lá atrás com o desfecho da história”, avisou. “O embrião está lá. Isso para vocês saberem que desde o começo já tinha uma história pré-estabelecida”, explica.

Embora não tenha escrito os diálogos do capítulo final, o autor já fez o esquema das últimas cenas da novela. “Não contei o final para a Denise Sarraceni. Nem a minha esposa sabe. Se eu morrer, ninguém vai saber o final da novela”, brinca.

O segredo de Gerson – Silvio não perde o bom humor nem quando é questionado sobre uma das maiores polêmicas da reta final de ‘Passione’, a decepção de parte do público com o segredo de Gerson. “Que criou essa expectativa foi a imprensa. Disseram que todo mudo vê sexo pela Internet. Eu não vejo”, disse, explicando que fez uma pesquisa que indicou que a maior causa dos divórcios atualmente são os maridos que fazem sexo virtual. “Eu tinha uma consultoria com um psiquiatra que me apontou tudo isso. Se inventaram que o segredo era que o Gerson era um ET, eu não tenho obrigação de fazer o homem ser só para fazer uma coisa diferente”, completou, aos risos.