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Minissérie ‘Doce de Mãe’ estreia no final do mês

Na nova produção de 14 capítulos, Fernanda Montenegro retoma personagem que lhe rendeu o prêmio Emmy Internacional

Por Da Redação
21 jan 2014, 19h58

Um ano e um Emmy depois, Dona Picucha está de volta. A intrépida personagem apresentada no telefilme da TV Globo Doce de Mãe, que deu o prêmio Emmy Internacional a Fernanda Montenegro, é o centro de uma série de catorze capítulos que estreia no próximo dia 30. As gravações, no Rio e em Porto Alegre, têm sido extenuantes — dez horas por dia, praticamente todo dia.

Aos 84 anos, Fernanda não esmorece. “Se eu disser que fico exausta, estou mentindo e, se disser que não fico, também. Tenho uma disponibilidade e uma preparação mental e física praticamente há 70 anos, e muitas vezes juntando teatro, TV e cinema. É uma estrutura de atleta mesmo, não tenho pudor de dizer”, diz a atriz.

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O diretor, Jorge Furtado, conta que Fernanda não descansa sequer nos dias de folga. “A gente ficou gravando sem parar e, quando teve um único dia livre, toca meu telefone e é ela perguntando: ‘�Vem cá, na cena 18…�’ A Fernanda estuda o roteiro na folga! É mesmo um ponto fora da curva”.

Autor do texto, Furtado juntou histórias de sua própria família (mães, tias) e de conhecidos e criou em cima delas para chegar às situações do cotidiano de Picucha e sua prole. A questão central do telefilme continua no ar: quem vai ficar com a matriarca depois que a empregada, sua única companhia, a deixa para se casar. As novas peripécias incluem uma passagem breve por uma casa geriátrica, a apresentação de um programa de TV e a descoberta de segredos do falecido marido.

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A vida dos filhos (Louise Cardoso, Marco Ricca, Mariana Lima e Matheus Nachtergaele) se mistura à dela numa simbiose levada de forma leve e divertida. Picucha é o retrato da mãe/avó brasileira – daí os bons números de audiência alcançados -, que age intuitiva e muita vezes desastradamente, sempre buscando a felicidade da família.

“É um personagem meio mágico, uma fada. Num país que cultua a juventude, a gente não vê muita protagonista da terceira idade. Mas esse é um assunto que está presente na vida de todo brasileiro: o que fazer com os nossos velhos?”, acredita Furtado.

Fernanda não gosta da palavra “velho”. Tampouco da expressão “melhor idade”. “Não é a melhor, é uma idade que tem as suas características. Mas não é uma anátema, um caminho para uma finitude. Quando se tem herdeiros, você se vê pelo menos 100, 200 anos adiante. Mas também pesa a perda das pessoas que vêm com você pela vida. Cada amigo que vai embora é uma memória que vai junto. Olho em volta e vejo que as pessoas mais próximas de mim, na vida profissional e nas amizades, já não estão mais.”

A dedicação à profissão que iniciou em 1950 é inabalável, depois de uma centena de trabalhos, entre filmes, peças e programas de TV. Este ano será dedicado à série – que poderá ter mais uma temporada -, e à direção de uma adaptação para o teatro do livro Nelson Rodrigues Por Ele Mesmo, de Sônia Rodrigues, filha dele. Será um monólogo com Otávio Augusto no papel de Nelson (1912-1980).

O texto será uma costura de entrevistas e depoimentos dados pelo dramaturgo, que escreveu especialmente para Fernanda peças como O Beijo no Asfalto (1961) e Toda Nudez Será Castigada (1965). É um Nelson confessional que nunca se viu no teatro. “Não me envolvo muito com imitação de botar barriga, bigode, sobrancelha, imitar voz. O que geralmente se vê é o histrionismo perturbando o que se quer falar a respeito daquela pessoa”.

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No cinema, vai estrear o filme de Domingos Oliveira Do Fundo do Lago Escuro, originado da peça da qual ela participou nos anos 1980, com o marido, Fernando Torres (1927-2008). Fernanda será outra matriarca, Dona Mocinha, que Domingos criou inspirado em sua avó.

“Quando a gente consegue sobreviver à idade que eu tenho, tenho que fazer as senhorinhas de 80 para 90. Domingos é extraordinário. Era uma peça de ajuste de contas, com angústia e amargura, e o roteiro do filme, passados tantos anos, foi para o lírico, para o perdão, a reconciliação”, revela a atriz.

A alcunha de “grande dama da dramaturgia brasileira” ela rejeita não só por modéstia, mas por acreditar que não está acima do bem e do mal. “Não sou deslumbrada. A gente sabe o que custa cada vez que tem que resolver uma cena, encarar uma personagem. É como se fosse um vestibular diário”, avalia. “Cheguei aos 84 anos na minha profissão, então me sinto remida. Quem gostou, gostou, quem não gostou, coitado… Sou uma sobrevivente: já sobrevivi às glórias e à queda absoluta. Então, quem me quiser tem que me querer de graça, pois nessa altura da vida não é mais problema meu.”

(Com Estadão Conteúdo)

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