Devendra Banhart lança novo disco e promete álbum em francês com Rodrigo Amarante

Músico fala sobre seu novo disco, 'Mala', e conta que deve vir ao Brasil este ano

Por Carol Nogueira
17 abr 2013, 08h04

O músico Devendra Banhart é tão multicultural que, à primeira vista, é difícil dizer qual sua nacionalidade — ele é filho de uma venezuelana e um americano, nasceu nos EUA, mas morou até a adolescência na Venezuela. Nome esquisito, roupas ripongas, e uma vontade de falar em todos os idiomas possíveis. Falar ao telefone, então, pode ser desastroso. E foi assim, aos trancos e barrancos, que o músico tentou contar um pouco sobre seu novo disco, Mala, ao site de VEJA.

Segundo o músico, Mala (que, em sérvio, idioma de sua noiva, Ana, é um apelido carinhoso que significa “pequeno”) é um álbum diferente dos seus outros trabalhos, porque foi composto de forma diferente. “Estou tentando falar o máximo de coisas com o menor número de palavras possível. Eu sempre escrevi sobre como eu achava que as coisas eram, e agora quero falar sobre como elas são de verdade”, diz.

Leia a entrevista abaixo.

Olá, Devendra, como vai? Oi! Estou ‘bien’.

Você está tentando praticar o seu português? Er… português? Não, não. Quem dera, eu não sei falar muito bem. Eu estava falando espanhol, mesmo.

Continua após a publicidade

Você tem uma forte relação com outras culturas. Li em uma entrevista que você deu ao site americano Pitchfork que seu poema favorito é do brasileiro Oswald de Andrade (1890-1954). Como você conheceu? Sempre me interessei por autores de vários lugares, e desde que conheci (a banda brasileira) Os Mutantes, quando eles tocaram em Londres, a Orquestra Imperial, o Rodrigo Amarante (Los Hermanos), eles passaram a me indicar cada vez mais coisas.

Amarante é um grande amigo seu, não? Vocês já gravaram juntos a música Rosa, para o disco Smokey Rolls Down Thunder Canyon, de 2007, e ele também tocou no disco. O que ele fez? Rodrigo tocou guitarra e fez a percussão em várias faixas, mas mais em Mi Negrita. Ele é um dos melhores músicos que eu conheço, e um grande amigo. Ele também vai participar de alguns shows da minha turnê, e eu vou retribuir o favor, na dele. Devemos ir ao Brasil ainda este ano.

Ele está finalizando o seu primeiro disco solo, que vai se chamar Cavalo. Você já ouviu o disco pronto? Sim, e é um lindo disco! Eu ajudei com vozes em algumas faixas e o álbum é incrivelmente variado. Queremos até usar algumas das ideias que tivemos durante a produção dos nossos discos para gravar um juntos, com composições todas em francês.