Tiroteio suspende eleição do sindicato dos motoristas de ônibus de SP
Tumulto na noite desta quarta-feira deixou oito feridos na sede da entidade
Uma briga entre chapas rivais na eleição do sindicado dos motoristas e cobradores de ônibus de São Paulo deixou oito feridos, entre eles três baleados, na noite desta quarta-feira. A confusão, segundo Nailton de Souza, coordenador de comunicação do sindicato e membro da Chapa 1 nas eleições, começou depois que integrantes do grupo de oposição, a Chapa 2, chegaram à sede da entidade quando estava previsto o credenciamento dos mesários.
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Isao Hosogi, o Jorginho, presidente do sindicato e candidato à reeleição, afirmou em nota que houve ameaça de invasão do prédio pelo grupo da oposição. “Pretendiam roubar as urnas. Reforcei nossa segurança, mas infelizmente fomos surpreendidos por pessoas alheias à categoria que vieram fortemente armadas e dispararam vários tiros aleatoriamente em nossa sede”.
Dois seguranças da entidade ficaram feridos, um deles atingido no abdômen. O outro levou um tiro na cabeça e está em coma induzido, em estado grave. Para apurar melhor os fatos e por causa do clima de insegurança, a Polícia Militar recomendou a suspensão do pleito, que estava previsto para ocorrer nesta quinta-feira em 32 garagens de empresas de ônibus da capital paulista. A direção do sindicato confirmou em seu site que a eleição foi adiada para a próxima semana. A entidade anunciou que vai pedir ao Ministério Público do Trabalho que acompanhe o processo eleitoral e solicitará segurança da Polícia Militar.
Bloqueio – Motoristas e cobradores de ônibus de São Paulo bloquearam por quase cinco horas nesta quarta-feira dezesseis terminais de ônibus da capital paulista. A São Paulo Transporte (SPTrans), empresa municipal que administra o serviço, teve de determinar que os ônibus desviassem das estações e parassem em ruas no entorno para não interromper a circulação por completo. A liberação dos terminais só se deu por volta das 13 horas.
Por trás da ação estava a disputa eleitoral na direção do sindicato dos motoristas cobradores. Em nota, o presidente da entidade, Isao Hosogi, o Jorginho, disse lamentar e condenar “com veemência a atitude desesperada da minoria dissidente da diretoria”, que, desde a semana passada, passou a “praticar terror eleitoral”. A oposição cobra “transparência” na organização das eleições sindicais e havia feito bloqueios semelhantes na semana passada.