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Tião Viana avisou suspeito sobre crédito ‘sem amarras’

Para a PF, grampo da Operação G7, deflagrada no Acre, mostra a proximidade com o poder público de empreiteiros presos por fraude em licitações

Por Da Redação
14 Maio 2013, 08h44

Grampos da operação da Polícia Federal no Acre interceptaram um telefonema do governador Tião Viana (PT) para o empreiteiro e ex-presidente da Federação das Indústrias do Acre (Fieac) João Francisco Salomão, preso ao lado de outras catorze pessoas suspeitas de fraudar licitações de obras no estado. Entre os presos na sexta-feira passada está um sobrinho do governador. Na conversa gravada pela PF com autorização judicial, o governador – que não é alvo das investigações – avisa o investigado sobre uma linha de crédito bancário em Sergipe “sem garantia da obra” e “sem amarras”. Segundo o inquérito da PF, a conversa descrita no tópico “Linhas de crédito para capital de giro para as empresas do cartel” evidencia que os empreiteiros presos “tinham proximidade com o poder público”.

Além do sobrinho do governador, Tiago Viana, que é diretor de Análises Clínicas da Secretaria do Estado de Saúde, foram presos na operação o secretário de Obras, Wolvenar Camargo, o diretor-presidente do Departamento de Pavimentação e Saneamento, Gildo César (que tem status de secretário), o ex-secretário de Habitação, Aurélio Cruz, exonerado no início do ano, e o secretário adjunto de Desenvolvimento e Gestão Urbana da Prefeitura de Rio Branco, Assuranipal de Mesquita. Dos quinze presos na operação, pelo menos nove são homens de confiança do governador e do ex-governador e atual senador Jorge Viana (PT-AC) – que também não figura entre os investigados.

Os irmãos Jorge e Tião Viana tiveram suas campanhas eleitorais financiadas pelas empresas investigadas. Eles receberam mais de 375 000 reais em doações.

Mediação – Na interpretação feita pelos agentes da PF do diálogo entre Viana e o empresário preso, “o governador diz que fará a mediação” da linha de crédito para o grupo acusado e que tal operação “se dará via Fieac”, com as secretarias da Fazenda, de Planejamento e de Obras atestando os contratos. Viana diz na conversa que é para Salomão “tratar da operação de crédito” com o Banco do Estado de Sergipe (Banese) “via Federação das Indústrias”. O governador também pede um encontro entre os investigados e seus secretários.

A quadrilha, segundo a PF, era investigada desde 2011. Em apenas seis contratos, no valor de 40 milhões de reais, eles teriam provocado um rombo estimado em 4 milhões aos cofres públicos. Conforme as investigações, o grupo, organizado em cartel, burlava concorrências e superfaturava contratos de pavimentação e obras de habitação.

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Clínica – Parte dos suspeitos, incluindo o sobrinho do governador, é investigada também por fraude de contratos da Saúde. Em outra conversa telefônica gravada pela PF, o empresário Narciso Mendes Júnior, preso na operação, sugere que o governador teria se comprometido com ele a apoiar a abertura de uma clínica em Rio Branco, que, segundo a investigação, foi montada exclusivamente para fraudar exames da rede pública de saúde.

A criação do Centro de Medicina Diagnóstica Ltda., conforme a PF, contou com o auxílio de Tiago Viana. No diálogo captado no dia 30 de setembro de 2011, Narciso liga para o pai e relata o suposto encontro que teve com o governador, no qual teria sido apresentado a um médico de Rondônia com interesses em também montar uma clínica no Acre.

(Com Estadão Conteúdo)

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