Senado confirma Ana Arraes no TCU
Eleita na última quarta-feira, mãe do governador Eduardo Campos venceu a disputa contra Aldo Rebelo e substituirá Ubiratan Aguiar, que se aposentou
O Senado confirmou na noite desta terça-feira, por 48 votos contra 17 e uma abstenção, o nome da deputada federal Ana Arraes (PSB-PE) para ocupar a vaga de ministra do Tribunal de Contas da União (TCU). Ela substituirá o ex-ministro Ubiratan Aguiar, que se aposentou. Ana venceu a disputa contra os deputados Aldo Rebelo (PC do B-SP) e Átila Lins (PMDB) na Câmara dos Deputados na última quarta-feira e os senadores aprovaram a indicação.
Leia também:
Leia também: Ana Arraes diz que fez campanha “limpa”
O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), que perdeu a eleição pelo governo de Pernambuco para Eduardo Campos em 2010, foi o primeiro a subir à tribuna para questionar a escolha de Ana Arraes pela Câmara. Segundo ele, a campanha promovida por Campos a favor de sua mãe, Ana Arraes, caracterizou-se pelo nepotismo e não passa de política de “coronelismo”.
“Um governador deixa seus afazeres, deixa de cuidar dos interesses do estado para eleger a mãe ao Tribunal de Contas da União. É um absurdo. É um exemplo do vale-tudo na política. Se o que ocorreu na Câmara nas últimas semanas não é nepotismo, não é abuso do poder política e uso da máquina não sei mais o que é”, questionou.
Credenciais – O líder do PT no Senado, o pernambucano Humberto Costa, saiu em defesa da deputada. Disse que Ana tem “credenciais” políticas suficientes para ocupar o cargo: “Ela não é simplesmente mãe de um governador [Eduardo Campos] e filha de um ex-governador [Miguel Arraes]. É uma pessoa de militância politica e de comportamento ético inquestionável ao longo de sua vida”.
Com o sucesso da articulação política, Campos espera ganhar prestígio na Câmara, o que poderá ajudá-lo numa eventual candidatura à Presidência em 2014. Na semana de votação na Câmara, além de Campos, o vice-governador de Pernambuco, João Soares Lyra Neto (PDT) e os secretários da Casa Civil, Tadeu Alencar, e do governo de Pernambuco, Maurício Rands, foram a Brasília para ajudar na campanha em favor de Ana Arraes.
Cargo – Para exercer o cargo vitalício de ministro do tribunal, o candidato precisa ter notório conhecimento jurídico, idoneidade moral e reputação ilibada. Três dos nove ministros do TCU são escolhidos pelo presidente da República, a partir de uma lista tríplice elaborada pela própria corte. As outras seis vagas são preenchidas pelo Congresso Nacional. O tribunal é responsável pela fiscalização contábil, orçamentária e patrimonial da União.
A cadeira de Ana na Câmara será ocupada por Severino de Souza Silva (PSB-PE), o primeiro suplente da coligação.