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Seminário do PT com Dilma e Lula tem tom autocrítico

Dilma, Lula, Rui Falcão e Jaques Wagner reconheceram que o partido precisa corrigir rumos. Tema do encontro foi influenciado por manifestações populares

Por Gabriel Castro, de Salvador
24 jul 2013, 23h30

Com a presença de seus dois protagonistas – a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva -, o PT realizou nessa quarta-feira, em Salvador, um encontro que marcou o encerramento da celebração dos dez anos da chegada do partido à Presidência da República. Em tempos de protestos nas ruas, o tema escolhido foi “Participação popular e movimentos sociais”. E, apesar do tom laudatório, os discursos da noite incluíram o reconhecimento, pouco comum entre os petistas, de que algo não vai bem.

A presidente Dilma, última a discursar, voltou a defender os cinco pactos que propôs após as manifestações que tomaram as ruas do país, mas admitiu que existem falhas que precisam ser resolvidas. “Nem tudo está sempre nos conformes. E aí é que reside o perigo”, disse ela. “É importante porque, nos movimentos sociais, milhares e milhões de olhos veem aquilo que não está nos conformes.”

Durante a maior parte de seu pronunciamento, a presidente defendeu a tese de que a insatisfação popular é fruto dos avanços do governo petista. “Agora, somos cobrados a fazer mais. Nós queremos fazer mais e podemos fazer mais justamente porque fizemos’, afirmou. A presidente também defendeu a realização de um plebiscito sobre a reforma política e pediu “mais dez anos” para o PT no poder.

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Lula – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que discursou antes de Dilma, falou por cerca de 50 minutos. Ele admitiu que o partido precisa rever sua trajetória para não decepcionar o militante tradicional. “Ele fica envergonhado quando ouve dizer que pessoas do PT participaram de coisas que não deveriam participar, e que o PT fez coisas que não deveria fazer”, afirmou.

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Lula também defendeu sua sucessora. “Essa mulher tem muitos adversários. Eu pensava que a imprensa não gostava de mim, mas ela não gosta é de você”, afirmou o petista, dirigindo-se a Dilma.

O presidente do PT, Rui Falcão, adotou um tom semelhante: pediu que o partido se esforce para conquistar “corações e mentes”. Ele deu a entender que a “nova classe média” não é tão grata ao PT quanto o PT gostaria. “Não entender isso pode significar que os principais beneficiados das transformações ocorridas no país não são capazes de reconhecer e de se identificar com as forças políticas que produziram essas mudanças”, afirmou.

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A solução apresentada por Falcão para retomar “corações e mentes” é a de sempre: o controle dos meios de comunicação, que – na visão do petista – são o maior entrave à adesão das massas ao projeto do partido.

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O governador da Bahia, Jaques Wagner, também enfatizou a necessidade de uma correção de rumos no partido. “Não devemos ter vergonha dos nossos erros. Temos que nos revisitar para que os erros não se repitam”, disse ele.

O encontro de quarta-feira reuniu centenas de militantes do partido e de entidades ligadas ao PT, como o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e a União Nacional dos Estudantes (UNE). Do lado de fora do hotel onde o encontro acontecia, cerca de duzentos manifestantes sem bandeiras partidárias protestavam.

Antes do evento, que teve início por volta das 18h30, Dilma e Lula tiveram um encontro privado. A viagem a Salvador, o encontro com o ex-presidente e a participação no evento do PT não foram informados na agenda oficial de Dilma.

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