Restaurante que explodiu no centro do Rio passa por nova vistoria
Objetivo é estabelecer dimensão exata do estoque clandestino de gás e a relação da ilegalidade com o acidente que deixou três mortos na quinta-feira
O restaurante Filé Carioca, onde ocorreu a explosão que deixou três mortos e 17 feridos na quinta-feira, no centro do Rio, deverá passar por nova vistoria nesta sexta-feira. Bombeiros, técnicos da Defesa Civil e policiais civis querem averiguar com precisão se o estoque de cilindros de gás de grande capacidade – seriam de 45 quilos, segundo funcionários afirmaram em depoimento – propiciaram ou contribuíram para o acidente. O estabelecimento funcionava no térreo do edifício Riqueza, que está interditado por tempo indeterminado.
A violência da explosão afetou uma série de lojas vizinhas, destruiu vidros do hotel Formule 1 e suspendeu as atividades de salas comerciais no edifício. A rua da Carioca permanece interditada em frente ao restaurante, na altura da Praça Tiradentes, recém-reformada.
A informação dada pelo Corpo de Bombeiros do Rio, horas após o acidente, é de que o Filé Carioca não tinha autorização para usar botijões de fás, nem estava adequado a receber gás encanado da CEG. Um laudo de vistoria apresentado pelo comandante da corporação, coronel Sérgio Simões, informava que em agosto do ano passado o edifício recebeu resposta negativa para uso de qualquer tipo de gás – ou seja, naquele local não poderia haver restaurantes, apenas comércio sem esse tipo de instalação.
O Filé Carioca nunca teve alvará definitivo, por ter pendência de documentos. Como mostrou a reportagem do site de VEJA na quinta-feira, o estabelecimento não tinha aprovação do Corpo de Bombeiros, da Secretaria de Urbanismo e da Vigilância Sanitária. Por essas pendências, segundo informou a prefeitura do Rio, no fim de outubro o Filé Carioca perderia sua licença para funcionar.