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Promessa não cumprida dá condenação a Russomanno

Em seu programa na TV, candidato prometeu tratamento a menino com problema na coluna e emprego aos parentes do garoto. Nunca cumpriu

Por Da Redação
4 out 2012, 11h32

“Ele tinha que pagar de qualquer jeito. Enganando as pessoas desse jeito, ganhando dinheiro em cima. Tem que aprender a não se aproveitar mais das pessoas”, Sueli Silva, ajudante de limpeza enganada pelo “repórter” Celso Russomanno

O candidato a prefeito de São Paulo Celso Russomanno (PRB) foi condenado pela Justiça de São Paulo por danos morais e materiais causados a uma família após ter veiculado, em um programa que apresentava em 2003, promessas de tratamento médico a um garoto de 8 anos e de emprego à mãe e ao tio dele que nunca foram cumpridas.

A condenação ocorreu na primeira instância em novembro. Na sentença, a juíza Ana Cláudia Dabus decidiu que Russomanno, a RedeTV! e três empresas devem pagar 40 000 reais à família. O candidato e os outros réus apelaram à segunda instância, que ainda não se pronunciou sobre o caso. Os advogados da família também recorreram, para aumentar o valor da indenização.

O caso teve início quando Otacília da Silva Moraes, avó do garoto Alexandre Silva Moraes, procurou o programa que o então deputado comandava na TV para pedir uma ajuda ao neto, que sofria de um desvio no tórax, tinha problemas na coluna e precisava de um tratamento de hidroterapia. Funcionária pública em Barueri, Otacília era a única moradora de uma casa onde viviam dez pessoas que estava empregada e não tinha condições de pagar a terapia para o neto.

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Na televisão, além de levar ao quadro a V&A Representante Autorizado Trasmontano, que ofereceu o tratamento de hidroterapia ao garoto, Russomanno apresentou duas empresas que ofereceram emprego à mãe do garoto, Sueli Silva, e a um tio, Sérgio Aparecido Ramos.

“Quero anunciar para todo o Brasil que você é a nova recepcionista na zona oeste de São Paulo”, afirmou o representante da Microlins. Russomanno emendou: “Parabéns pelo seu novo emprego. Vai passar o Natal agora já empregada, né?” O funcionário da Microlins deu então um cartão da empresa a Sueli com a promessa de que ela começaria a trabalhar na segunda-feira seguinte. Ele faz propaganda da empresa e deixa o telefone de contato.

O mesmo tratamento foi dado ao tio do garoto pela empresa Rede Auto Posto Lava Bem, que ofereceu trabalho a Ramos. Contudo, as promessas nunca se concretizaram. Nem Alexandre conseguiu o tratamento, nem seus familiares conseguiram os empregos anunciados.

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Para a juíza, Russomanno e a RedeTV! beneficiaram-se “das promessas realizadas, utilizando-se dos autores para captação de clientela e de audiência para o programa televisivo, devendo arcar, de maneira solidária, com o prejuízo extrapatrimonial experimentado”.

Avó – A ajudante de limpeza Sueli Silva, a quem a Microlins ofereceu um emprego de recepcionista no programa de Russomanno, se disse feliz com a condenação judicial. “Ele tinha que pagar de qualquer jeito. Enganando as pessoas desse jeito, ganhando muito dinheiro em cima. Tem que aprender a não se aproveitar mais das pessoas”, disse Sueli, que mora na periferia de Sorocaba (SP), em local onde não há asfalto nem saneamento básico. Otacília, avó de Alexandre, afirmou: “É bom pra ele parar de fazer a gente de bobo. A gente foi usada. Foi uma frustração. Você entra num desespero sabendo que tem uma coisa com que contou e perdeu. Se não quisesse ajudar, não ajudasse”.

(Com Agência Estado)

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