PMs se reúnem em Salvador para discutir fim da greve
Movimento foi enfraquecido nesta quinta, com a desocupação da Assembleia Legislativa e a prisão dos principais líderes grevistas pela PF e a Força Nacional
Por Da Redação
9 fev 2012, 09h56
Após desocuparem, na manhã desta quinta-feira, a Assembleia Legislativa da Bahia, os policiais militares em greve se reúnem em Salvador para discutir o fim da paralisação. O movimento grevista foi duramente enfraquecido nesta quinta, com a prisão de seu líder, o PM Marco Prisco, e de outros cinco agentes que tinham mandados de prisão expedidos pela Justiça. Durante a tarde, o governo da Bahia dará um entrevista coletiva para informar a respeito da ação desta manhã e sobre os rumos da segurança pública no estado.
Prisco, líder do movimento grevista na Bahia foi levado do prédio da Assembleia Legislativa por homens da Força Nacional de Segurança e da Polícia Federal e está agora nas instalações do Exército em Salvador, de acordo com o tenente-coronel Márcio Cunha, e à disposição da Justiça. A desocupação começou às 6h25 deste quinta, após dez dias de paralisação. Soldados do Exército, que cercam o prédio, fizeram uma revista em todos os PMs que saíram do local. As primeiras a deixarem o local foram as mulheres, que saíram a pé, seguidas por um grupo de homens. Depois, deixaram o local PMs em motos e, em seguida, de carro. O líder do movimento, Marco Prisco, saiu da Assembleia diretamente para uma prisão do Exército.
A saída dos PMs foi anunciada ainda de madrugada pela advogado do grupo. A decisão foi tomada após a divulgação, pelo Jornal Nacional, de grampos telefônicos em que Prisco é flagrado incentivando atos de vandalismo no estado e convocando PMs do Rio de Janeiro e de São Paulo à paralisação. Na noite desta quarta-feira, o cabo do Corpo de Bombeiros Benevenuto Daciolo foi preso ao desembarcar no Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro, após viagem à Bahia. Benevuto é acusado de incitar o movimento grevista nos Bombeiros e na Polícia Militar do Rio. Escutas telefônicas realizadas com autorização pela Justiça mostram Benevenuto negociando uma possível extensão do movimento grevista da Bahia ao Rio e a São Paulo. Um dos líderes da greve dos bombeiros no Rio no ano passado, Benevenuto foi enquadrado no crime de incitamento, de acordo com o Código Penal Militar e está no presídio de Bangu I. Ainda faltam cumprir oito mandados de prisão.
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O contato entre os manifestantes dos diferentes estados da federação começou ainda em 2008 por causa da PEC 300 (proposta de emenda que estabelece piso salarial para policiais e bombeiros). Em 2011, pelo menos cinco reuniões em Brasília motivaram o encontro do grupo. “O contato tem se dado de forma natural. Os estados enxergam que agora o momento é propício”, explica Daciolo. Nas cabeças dos líderes, não passa despercebido o fato de que, se começar uma greve na sexta, os dois maiores carnavais no país, Rio e Salvador, estarão ameaçados.
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