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O papa que ninguém viu

Desde cedo, fiéis lotaram as ruas na esperança de ver o pontífice - que passou rapidamente ao fim de um dia com mais de dez horas de programação intensa

Por Carolina Farina Atualizado em 10 dez 2018, 09h59 - Publicado em 24 jul 2013, 23h34

Milhares de fiéis lotaram desde cedo as ruas do bairro da Tijuca, na Zona Norte do Rio de Janeiro, à espera da chegada do papa, que estava programada para as 18 horas. A igreja São Francisco Xavier concentrou o maior número de pessoas. Quem estava ali, porém, viu a esperança se transformar em frustração tão rapidamente como foi a passagem do pontífice – em carro fechado – pelo local. Quase ninguém viu.

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As amigas Nancy da Silva Miguel, de 68 anos, Marinalva Correa França, de 65, e Maria Cerli de Jesus, de 62, chegaram três horas antes do programado para a passagem de Francisco. Elas queriam garantir o melhor lugar. Escolheram a lateral da igreja, onde ficaram em pé em um banco de concreto. Chegaram a ajustar a posição para que um grupo de peregrinos com uma enorme bandeira saísse de seu campo de visão. Não seria, contudo, o pano que lhes impediria de enxergar o papa.

Um grande grupo da Paraíba se aglomerava na grade de isolamento desde o início da tarde. Mal podiam conter a ansiedade. Um deles chegou a ligar para os familiares que ficaram em casa para fazer inveja, dizendo que veria o papa em breve. Não viu. Pouco após a passagem do pontífice, foi arrasado encontrar as amigas que estavam do outro lado da rua para dividir a decepção: elas também não acreditavam que ele já tinha passado.

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Pior ainda para Márcia Barros, que enfrentou o frio e a chuva com o filho Davi, de 1 ano e dois meses, no colo. Depois de ver o carinho especial de Francisco com as crianças, sonhava que o filho recebesse uma bênção especial. Mas o pontífice nem sequer viu o pequeno.

Outros fiéis chegaram ainda mais adiantados, certos de que o pontífice entraria na igreja São Francisco Xavier – quando, na verdade, nem do carro ele ameaçou descer em meio à chuva que ganhava força ao fim de um dia com mais de dez horas de programação.

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https://www.youtube.com/watch?v=K4r5DowX_-U

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Desinformação – Inconformadas, muitas pessoas acreditavam que, na saída, a comitiva do papa ainda poderia fazer o mesmo caminho. Mais devagar dessa vez, quem sabe. Nada feito. Do Hospital São Francisco de Assis, onde inaugurou uma nova ala para dependentes químicos, ele seguiu direto para a residência oficial da Igreja, no Sumaré, para – enfim – descansar.

Grande parte da culpa pela frustração de quem não viu o papa na Tijuca é da desinformação. A cada minuto, surgiam boatos. O papa já estava ali, em um encontro com trinta bispos na igreja, chegou a ser falado. Francisco chegaria de helicóptero dentro de alguns minutos, afirmavam outros. E enquanto discutia-se a veracidade das histórias, o pontífice passou praticamente despercebido.

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