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Jornada Mundial da Juventude é oficialmente aberta no Rio

Missa celebrada pelo arcebispo dom Orani Tempesta na praia de Copacabana marca início do evento, que se estende até domingo com participação do papa

Por Carolina Farina 23 jul 2013, 19h40

(Atualizado às 22h)

Começou oficialmente nesta terça-feira a 28ª edição da Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro. Às 19h20, a Cruz Peregrina e o Ícone de Nossa Senhora – símbolos do evento – foram levados ao palco montado na praia de Copacabana, dando início à cerimônia, com a missa comandada pelo arcebispo dom Orani Tempesta. O público acompanhava a celebração empolgado, enquanto tremulavam bandeiras do mundo todo. Segundo a Polícia Militar, cerca de 400.000 pessoas se reuniram sob chuva, no dia mais frio do ano na cidade. A organização do evento, porém, fala em mais de 1 milhão. Pela manhã, a apresentação oficial de dados da JMJ revelou número de inscritos abaixo do esperado.

“A paz esteja convosco. Sejam muito bem-vindos”, começou dom Orani, muito aplaudido ao colocar a missa em intenção aos jovens vítimas da violência urbana, como a Chacina da Candelária, que acaba de completar 20 anos, e a tragédia da boate Kiss, em Santa Maria (RS), em janeiro. “Celebro por todos aqueles que acreditam que um mundo novo é possível, que estão aqui no Rio de Janeiro, ou nos acompanham pelos meios de comunicação ou com as orações, em unidade com esse grande momento mundial aqui vivido.”

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No início de sua homilia, o arcebispo lembrou o papa emérito Bento XVI, que foi quem escolheu a capital fluminense como sede desta jornada. “O Rio vive uma revolução de amor. Saiam pela cidade dando testemunho e compartilhando a paz de Cristo. Não tenham medo de abrir o coração para Cristo. O mundo precisa testemunhar nossa solidariedade”, declarou, sendo atentamente ouvido em silêncio pelo público. “Sejam protagonistas de um mundo novo. Cristo vai a nossa frente”, acrescentou, muito aplaudido ao final.

Na comunhão, hóstias foram levadas à areia, onde os fiéis se aglomeravam próximo às grades de isolamento. O ritual durou cerca de meia hora. Ao longo da orla, prédios residenciais e hotéis tinham as janelas enfeitadas por cruzes iluminadas. Nos ritos finais, o arcebispo lembrou aos jovens que as catequeses da JMJ terão início nesta quarta-feira, e passou a palavra ao cardeal Stanislaw Rylko, presidente do Pontifício Conselho para os Laicos, que deu as boas-vindas aos jovens. “Ide em paz e Deus os acompanhe”, encerrou, por sua vez, dom Orani, às 21h20.

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Problemas – Apesar da alegria dos participantes, o primeiro ato da JMJ foi desorganizado em muitos momentos. Faltou identificação nos acessos ao local e, apesar do ostensivo policiamento, os PMs espalhados pela orla pareciam tão perdidos quanto os peregrinos que, muitas vezes, saiam dos postos de polícia com rostos ainda mais em dúvida do que antes. Alguns voluntários espalhados pela orla não sabiam sequer o caminho do palco – e nem mesmo lá havia sincronia: a música chegou a entrar no meio da apresentação dos mistérios do Terço Missionário. E um peregrino alemão foi inicialmente apresentado como suíço.

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O desafio do dia começou ainda na chegada a Copacabana. Por volta das 16h30, quando começavam as apresentações artísticas, uma pane elétrica obrigou o fechamento de todas as estações do metrô da cidade por mais de duas horas. O problema foi ainda mais grave devido ao esquema especial de trânsito montado para a chegada dos peregrinos à orla – que prioriza exatamente o uso do metrô. Foi decretado feriado na capital a partir das 16h, e o trânsito foi bloqueado ao longo de toda a Avenida Atlântica. A folga ajudou, porém, a evitar um nó no transporte da cidade em pleno horário de pico.

O congestionamento que se evitou no início, porém, voltou com força na dispersão. A maior parte do público retornou pelas ruas abertas à circulação de veículos, deixando o trânsito parado. Em grupos de 30 a 40 pessoas, peregrinos cruzavam as vias, de mãos dadas para não se perder. Agentes da CET-Rio foram mobilizados para aliviar o fluxo. No metrô, a estação Cardeal Arcoverde, mais próxima, ficou intransitável. Voluntários pediam que as pessoas andassem mais alguns quarteirões para acessar a estação Siqueira Campos. As filas nos pontos de ônibus estavam quilométricas e táxis recusavam corridas devido ao tráfego intenso.

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Francisco – O papa, que chegou na segunda-feira à cidade e tirou este dia para descansar, não participou da cerimônia de abertura. Seu primeiro compromisso oficial no evento é na Festa de Acolhida programada para quinta-feira, também em Copacabana. Mas o pontífice não deixou de se comunicar com os peregrinos. No início da manhã, o pontífice agradeceu a “magnífica acolhida em terra carioca”, em seu perfil no Twitter. À tarde, pouco antes da celebração, escreveu um novo recado: “Cristo tem confiança em vocês e lhes confia sua própria missão: ‘Ide, fazei discípulos'”.

Mais cedo, o arcebispo falou especialmente da medalha comemorativa pela visita do pontífice, fabricada pela Casa da Moeda e apresentada na residência oficial da igreja, no Sumaré, Zona Norte do Rio. Produzida em ouro, prata e bronze, ela tem tem 50 milímetros de diâmetro. Foram confeccionadas, ao todo, 10.000 unidades, que serão colocadas à venda: as de bronze custarão 45 reais, as de prata, 230 reais, e as de ouro serão feitas sob encomenda. “Esta bela iniciativa de cunhar estas medalhas certamente têm por objetivo deixar registrado, de um modo poderíamos dizer ‘físico’, a lembrança desta celebração de fé e alegria que reúne jovens vindos de todos os continentes”, disse dom Odilo.

Nesta quarta-feira, o papa visitará Aparecida, em São Paulo, onde cerca de 200.000 pessoas devem acompanhar em telões a missa celebrada na Basílica de Nossa Senhora Aparecida, com capacidade para 15.000 fiéis. No fim da tarde, ele volta ao Rio de Janeiro, onde visita um hospital, no bairro da Tijuca, Zona Norte.

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Infográfico: A agenda do Papa na Jornada Mundial da Juventude

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