Manifestantes protestam contra Renan no Senado
Grupo de 20 pessoas espalhou vassouras no gramado do Congresso para pedir que senadores não elejam o peemedebista para a presidência da Casa
Um grupo de manifestantes realizou um protesto em frente ao Congresso Nacional para pedir que o Senado não eleja Renan Calheiros (PMDB-AL) como novo presidente da Casa. A votação está marcada para esta sexta-feira. Cerca de 20 pessoas ligadas a organizações não-governamentais participaram da manifestação. Munidos de 81 vassouras e baldes (uma para cada senador), eles pretendiam lavar a rampa principal do Congresso. Mas foram proibidos pelo Senado. A alternativa foi dispor as vassouras em formato de cruz, no gramado em frente ao Parlamento.
“Não podemos ter à frente do Senado alguém que há dúvidas acerca de seu caráter. Isso é a desmoralização da grande instituição que é o Senado”, disse Antônio Carlos Costa, representante da entidade Rio de Paz. Ele criticou o veto à manifestação na rampa do Congresso: “Nós tivemos as portas do Senado fechadas para nós”.
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Sobre o pequeno número de manifestantes (havia mais policiais, cerca de 30, do que participantes do protesto), Costa diz que é difícil reunir muitas pessoas em um protesto no meio da tarde de uma quarta-feira. Mas ele lembrou que o Rio de Paz colheu na internet, em cinco dias, mais de 100.000 assinaturas contra a escolha de Renan Calheiros. Cerca de 20 entidades apoiaram o ato desta quarta.
Eleições – A eleição para a presidência do Senado está marcada para esta sexta-feira. Dois senadores lançaram candidaturas alternativas: Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e Pedro Taques (PDT-MT). Ambos reconhecem que a vitória é impossível diante da força do candidato peemedebista, que tem o apoio da base aliada e o consentimento do Palácio do Planalto. Mas há resistência: os quatro senadores do PSB anunciaram nesta quarta-feira que não apoiarão Renan.
Na semana passada, a Procuradoria-Geral da República pediu abertura de inquérito contra Renan no Supremo Tribunal Federal (STF). A denúncia se baseia na acusação de que o peemedebista usou notas frias para comprovar o pagamento de uma pensão alimentícia à jornalista Mônica Veloso, em 2007. Na época, descobriu-se que a empreiteira Mendes Júnior arcava com as despesas mensalmente. Renan renunciou e deixou o cargo de presidente da Casa, mas não foi cassado.