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Inquérito vê despreparo em operadores do Hopi Hari

MPT denuncia bonificação para operador que acelerasse o funcionamentos dos brinquedos, além de jornadas de trabalho que chegavam a onze horas diárias

Por Renato Jakitas
3 abr 2012, 13h43

Funcionários despreparados e instigados financeiramente a apressar o funcionamento dos brinquedos, colocando em risco a segurança dos usuários. Essas são algumas das conclusões tiradas pelo Ministério Público do Trabalho de São Paulo (MPT-SP), que apresentou nesta segunda-feira o resultado de uma investigação conduzida pelo órgão dentro do Hopi Hari. O relatório aponta para um conjunto de falhas na relação entre o parque e seus funcionários. Além da pressa para diminuir as filas de frequentadores e a falta de treinamento adequado, a instituição também denunciou jornadas excessivas de trabalho, que em alguns casos chegam a 11 horas diárias para operadores e técnicos de manutenção.

Segundo o MPT, o inquérito colabora com novos elementos para ampliar a segurança do parque e compreender as causas do acidente que matou Gabriella Yukari Nichimura, de 14 anos, em 24 de fevereiro deste ano. A adolescente caiu do brinquedo La Tour Eiffel, uma das principais atrações do parque, de uma altura de 30 metros.

A investigação foi conduzida pelo MPT ao longo de 30 dias. Fiscais e promotores da instituição permaneceram dentro do parque nesse período, tomando depoimentos e acompanhando o dia a dia dos mais de 700 funcionários do Hopi Hari, alocados em funções administrativos, técnicas e operacionais.

Nesta segunda-feira, os promotores apresentaram o resultado das investigações à direção do parque. Eles sugeriram a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). O objetivo da promotoria é que os executivos adequem a operação aos pontos destacados, evitando com isso acionar o parque na Justiça.

Segundo o MPT, os diretores do Hopi Hari pediram um tempo para pensar no assunto. Uma nova reunião foi marcada para terça-feira da próxima semana, quando deve ser decidido se o parque assina ou não o novo TAC.

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Falhas – Entre os pontos mais polêmicos, está a afirmação do MPT de que os operadores dos brinquedos recebiam bonificações para acelerar as filas. Na prática, eles embolsavam extras caso cumprissem – e principalmente superassem – a meta de vezes em que o brinquedo iniciava a operação com uma nova turma. Quanto maior o número de pessoas que passava pela catraca, melhor.

O treinamento concedido às equipes de manutenção e de operação também foram considerados deficitários. Segundo o MPT, os funcionários carecem de manuais traduzidos para o português e de uma rotina voltada à elucidação técnica do funcionamento das atrações.

A jornada de trabalho também foi considerada como um fator de risco, tanto para os funcionários quanto para os frequentadores. Segundo o MPT, operadores e técnicos de manutenção relataram expedientes de onze horas diárias. Os promotores querem reduzir esse número para oito horas, com a possibilidade excepcional de duas horas extras, no máximo, por dia.

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