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Gil sente ‘firmeza razoável’ em Dilma e diz que foi mais criticado que Ana de Hollanda

Por Adriana Caitano
7 mar 2011, 23h17

O difícil começo de Ana de Hollanda à frente do ministério da Cultura não surpreente o ex-ocupante do cargo Gilberto Gil. A pasta está no centro da polêmica dos direitos autorais – cuja flexibilização Gil defendeu no governo Lula -, e a ministra em pessoa foi chamada de ‘meio autista’ pelo sociólogo Emir Sader, o que acabou custando a ele a presidência da Fundação Casa de Rui Barbosa. ‘Ela está esquentando as máquinas’, diz Gil, que recebeu a atual ministra em sua casa em Salvador, em almoço no sábado. ‘Eu fui ainda mais criticado que ela.’ O músico conversou com o site de VEJA em seu camarote 2222, que já conta 13 carnavais. Vestido de branco, Gil circula naturalmente entre convidados, conversa com os fãs como se fossem velhos amigos – e aplaude a substituição do autógrafo pela foto digital. ‘É um momento mais afetivo e real’, diz. Confira abaixo trechos da entrevista.

O que você conversou com a ministra Ana de Hollanda? Deu conselhos sobre o ministério? Não. Falamos sobre nossas famílias, que são muito amigas, e os encontros que tivemos pela vida. No final, apenas lhe desejei sorte e disse que estou torcendo para que tudo dê certo.

Como vê as críticas que ela tem recebido? É normal. Todo começo é assim. Eu fui ainda mais criticado que ela. A Ana está esquentando as máquinas. Mas está indo muito bem. O bom é que ela já é do meio cultural, sabe como são as coisas na prática. O ruim é que se cria uma expectativa excessiva sobre ela – como aconteceu comigo.

Como avalia o governo Dilma Rousseff? É cedo para dizer. Mas tenho sentido uma firmeza razoável em sua administração. Torço para dar certo.

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Pensa em voltar para a política? Não tenho vontade e espero não ter tão cedo. Já fui vereador e ministro da Cultura e tive muita satisfação nessas atividades, mas não me vejo nisso de novo. Fiz minha parte. Acho que a política precisa estar nas mãos da nova geração. Os mais velhos devem estar na instância aconselhadora somente. É onde quero estar.

Como é o trato com os fãs? A tietagem incomoda? Hoje em dia o fã é coparticipante. Está presente nos meios de comunicação, opina, dá entrevistas. Por isso há uma educação cada vez maior do espectador. Não tem mais a inibição quando está na frente do ídolo nem a efusividade excessiva. E ainda tem a vantagem de, com a tecnologia, trocar o autógrafo pela fotografia digital, que permite um encontro mais íntimo – o abraço do fã. É um momento mais afetivo, real e vantajoso para os dois lados.

Você utiliza as redes sociais? Eu mesmo não tenho vontade de usar – mas posso ter um dia, quem sabe? Meu Twitter é institucional. Minha equipe fala do cantor Gilberto Gil, a agenda, as novidades. As redes sociais são experimentos que começam a se consolidar de uma maneira positiva, com desdobramentos afetivos, comunitários e até políticos – como no Oriente Médio.

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O que você tem lido? Estou lendo agora o original em inglês de Blink (do colunista da revista New Yorker Malcolm Gladwell), mas adoro a literatura brasileira. Leio muito João Cabral de Melo Neto, Machado de Assis e fui à livraria recentemente só para comprar o último do Ferreira Gullar, Em Alguma Parte Alguma.

O que mais você faz em casa? Tenho o hábito de bisbilhotar na cozinha, principalmente comida macrobiótica, que faz parte da minha dieta. Faço melhor o arroz integral – mas é pura bisbilhotice (risos).

E a vida em família? Costumo dizer que minha família tem se fortalecido muito com a chegada da Flora na minha vida. Estamos juntos há 30 anos e ela foi quem criou essa dimensão do clã Gil, reunindo os filhos dos outros dois casamentos (sete ao todo), promovendo a união com as outras mães e intensificando a ligação entre todos. Ela tem uma afetividade militante em tudo o que faz. Para preparar este camarote, por exemplo, ela se dedica o ano inteiro.

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