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Fraudes no RS: polícia investiga se houve repasse para campanha do PCdoB

Decisão judicial revela que ex-secretário comunista pediu dinheiro a um instituto envolvido no esquema; objetivo era reforçar caixa de campanha de correligionária

Por Da Redação
2 Maio 2013, 22h14

Grampos telefônicos realizados pela Polícia Federal durante a Operação Concutare, que investiga um esquema de venda de licenças ambientais no Rio Grande do Sul, mostram que o ex-secretário de meio-ambiente do estado Carlos Fernando Niedersberg – uma figura influente do PCdoB gaúcho – pediu dinheiro para um instituto suspeito de envolvimento nas fraudes. Os diálogos revelam que o valor seria usado para vitaminar a campanha eleitoral de uma correligionária, Jussara Cony (PCdoB), que se candidatou a vereadora em 2012 e acabou sendo eleita.

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A informação foi revelada pelo jornal gaúcho Zero Hora, que afirma ter obtido cópia de uma decisão judicial que autorizou a deflagração da operação, na segunda-feira. Durante essa fase da operação dezoito pessoas foram presas, entre elas Carlos Fernando Niedersberg, que ocupava há apenas um mês a chefia da Secretaria de Meio Ambiente do Rio Grande do Sul, e Fernando Záchia (PMDB), que estava no mesmo cargo em Porto Alegre e também é suspeito de participação no esquema.

Doação – De acordo com o jornal gaúcho, o pedido de Niedersberg foi feito a Giancarlo Tusi Pinto, diretor do Instituto Biosenso. De acordo com as investigações, o instituto funcionava como um “despachante ambiental” ilegal: pagava propina para agentes públicos que, por sua vez, concediam as licenças para empresários que haviam procurado o Biosenso. Tanto Giancarlo Pinto quanto o presidente do Biosenso, Berfran Rosado, já ocuparam o cargo de secretário do Meio Ambiente no governo Yeda Crusius (2007-2010) e são filiados ao PPS. Os dois também foram presos pela PF na segunda-feira.

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À época das interceptações, Niedersberg ocupava o cargo de chefe da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), o órgão responsável por liberar as licenças ambientais no estado. Ele deixou o cargo em abril, para assumir a secretaria – e um outro quadro do PCdoB ficou com sua vaga. Após ser preso, Niedersberg acabou sendo exonerado pelo governador Tarso Genro (PT).

Repasses – De acordo com a Zero Hora, a Polícia Federal afirma que o Biosenso realizou três repasses de 5 000 reais para Niedersberg, que somaram 15 000 reais. A PF, no entanto, ainda não conseguiu estabelecer se o dinheiro foi efetivamente destinado para a campanha da vereadora Jussara Cony.

A prestação de contas da campanha da vereadora disponível no site do Tribunal Superior Eleitoral não mostra entre os doadores o nome de nenhum dos envolvidos na operação, mas mostra que ela mesmo realizou, entre agosto e outubro, três depósitos que somam 14 900 reais – um deles, de 2 700 reais, foi feito em espécie.

Em nota, Jussara Cony disse que todas as doações e gastos de sua campanha foram declarados à Justiça Eleitoral e que todos foram aprovados. “Há 30 anos que participo de eleições, perfazendo um total de 11 campanhas para o legislativo e o executivo. Todas foram feitas dentro da legalidade. (…) Defendo, assim como meu partido (PC do B), as investigações da Polícia Federal e queremos que todos os fatos sejam esclarecidos”, diz o texto.

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