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Empresas abandonam navios e criam cemitério de sucata na Baía de Guanabara

Encalhado, 'Angra Star' tem tanques repletos de óleo, que começam a ser retirados por equipes de resgate. Região tem 52 naufrágios e duas embarcações encalhadas

Por Cecília Ritto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 18 set 2013, 20h03

Com parte do casco presa ao fundo da Baía de Guanabara, o cargueiro Angra Star é, no momento, uma ameaça ambiental de tamanho e risco incertos. Equipes de resgate detectaram a existência de 150.000 litros de óleo misturados com água e mais um tanque lacrado com 90.000 litros de combustível dentro do monstrengo de 133 metros de comprimento. A história do barco construído em 1994, de quem o proprietário quer se livrar sem gastar dinheiro, é um resumo fiel de mais um problema que ameaça a baía: as sucatas flutuantes que, abandonadas, transformam a ‘boca banguela’ da Guanabara em um cemitério de embarcações.

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Em uma coletiva na tarde desta quarta-feira, o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, afirmou que há “mais otimismo que pessimismo” na situação do Angra Star. Segundo Minc, são remotas as chances de um naufrágio, mas a operação para conter os riscos de derramamento de óleo será cara e trabalhosa. O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e a Marinha vão multar a Frota Oceânica e Amazônica S.A., do empresário José Carlos Fragoso Pires, dona da embarcação – o valor não foi revelado. A empresa foi notificada sobre o problema na terça-feira, mas informou não ter condições de atuar no resgate.

“Ele fez a lambança e os órgãos públicos tiveram que fazer o que o proprietário não fez. Está muito ruim para o lado dele”, disse Minc, sobre o dono da Frota Oceânica, que poderá responder por crime ambiental em caso de vazamento. O Angra Star foi retirado de circulação em fevereiro e ancorado na área da Companhia das Docas, mediante pagamento. O proprietário não manteve tripulação nem equipe de segurança.

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Uma das suspeitas para o problema é o furto de válvulas que mantinham a embarcação em equilíbrio. A Capitania dos Portos acredita que “piratas” que atuam na Baía de Guanabara, furtando peças, combustível e carga de navios, tenham atacado o Angra Star. “Hoje, um terço do navio, na parte traseira, está alagado”, afirmou o capitão dos Portos do Rio, Fernando Cozzolino. Segundo ele, não há no momento risco de vazamento. A mistura da água com o óleo atinge um porão e as casas de máquina e do leme.

Cemitério – Estão naufragadas na Guanabara, no momento, 52 embarcações. Entre elas, 21 que pertenciam a uma mesma companhia, falida, começaram a ser retiradas. O trabalho de salvamento é feito pela empresa que venceu o leilão para ficar com os restos dos barcos. Todas as embarcações foram encontradas pela Capitania dos Portos por terem algum pedaço para fora do mar. Entre elas, existem navios abandonados há mais de dez anos. Há outros restos de embarcações espalhados pela Baía de Guanabara, que ainda não foram encontrados. Nesse período, as sucatas liberam lixo, óleo e outros poluentes no espelho d’água.

A Frota Oceânica e Amazônica também é dona de três outras embarcações. Além do Angra Star, há outro navio encalhado e abandonado com risco de evoluir para o mesmo quadro. Na quinta-feira, a Capitania dos Portos fará uma inspeção nessas embarcações. Os outros dois estão ancorados na base naval da Marinha, também na Baía. Segundo o secretário, o proprietário começou a retirar o óleo dos navios.

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